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O publicitário Sidônio Palmeira, que será o próximo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), comentou nesta quarta-feira (8) as mudanças anunciadas pela multinacional Meta, empresa de tecnologia que controla Facebook, Instagram e Whatsapp, no funcionamento dessas redes sociais.
Entre as alterações, estão uma nova política de moderação de conteúdos nessas plataformas, que inclui o fim do programa de checagem de fatos que verifica a veracidade de informações que circulam nas redes, o fim de restrições para assuntos como migração e gênero, e a promoção de “conteúdo cívico”, entendido como informações com teor político-ideológico.
“Isso é ruim para a democracia. Por quê? Porque você não faz o controle da proliferação do ódio, da desinformação, da fake news. Este é o problema. E a gente precisa ter um controle. É preciso ter uma regulamentação das redes sociais. Isso tem que acontecer na Europa e nos países daqui”, disse o marqueteiro.
“Por que nos Estados Unidos, muitas vezes, botam para fora o TikTok e não querem? Por que a China barra isso? E por que a gente fica exposto a tudo isso? Esta é a pergunta”, afirmou o publicitário a jornalistas, no Palácio do Planalto, após participar do ato político em defesa da democracia e em memória dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Embora as novas regras da Meta, por enquanto, só tenham validade nos EUA, o futuro ministro disse que cabe aos países, de forma soberana, estabelecerem uma legislação que abranja o funcionamento do setor, sem especificar.
“Agora, a decisão da meta é uma decisão de uma empresa. O governo brasileiro e a justiça brasileira podem adotar outros critérios. Claro, claro. A gente tem um país autônomo, independente, que vai tomar as medidas necessárias”, afirmou.
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Novo ministro
Sidônio foi anunciado na terça-feira (7) como novo ministro da Secom, no lugar de Paulo Pimenta, e deve ser empossado na próxima terça-feira (14).
Na conversa com jornalistas, ele revelou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na metade do mandato, espera que a Secom possa comunicar com eficácia as ações do governo para a população pelos próximos dois anos.
“O governo tem muita coisa e a sensação que eu tenho é a seguinte: a expectativa do governo é maior do que o governo, e o governo é maior do que a percepção popular. O ideal, no governo, é que os três [pontos] estejam alinhados. É nossa compreensão. E aí, como fazer isso? Aí tem a questão de comunicação, tem a questão de gestão e tem a questão política”, observou.