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O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio do Brasil surpreendeu no último trimestre do ano e deverá voltar a fechar um ano no positivo, com expectativa agora de crescimento de 2%, estima a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O investimento no setor seria uma boa aposta para 2025?
Paulo Mesquita, da Riza Asset, e Guilherme Grahl, da Valora Investimentos discutiram o assunto durante mais uma edição do Duelo de Fundos, evento do InfoMoney em parceria com a XP. Com mediação de Clara Sodré, analista de fundos da XP, os gestores também detalharam a estratégia dos fundos RZTR11 e VGIA11 – carteiras focadas no agro.
Em 2024, eventos como quebras de safra e recuo nos preços de algumas commodities geraram uma espécie de tempestade perfeita e preocuparam os investidores interessados na exposição ao agronegócio.
Na sequência, recuperações judiciais de empresas do setor – como a AgroGalaxy – reforçaram o ano desafiador e aumentaram ainda mais a desconfiança em relação à fundos que investem em títulos como o CRA (certificas de recebíveis do agronegócio).
“Os problemas de crédito observados este ano são resultado da safra 23/24 e agora estamos em uma safra nova e muito melhor do que foi a última”, reflete Grahl, que aposta em boas margens para os produtos a partir de agora. “Isso talvez não esteja tão claro para o mercado, mas para a gente está”, completa o gestor.
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Diante do otimismo, o sócio da Valora vê nos fundos que investem no agro uma ótima oportunidade para 2025 – dada a cotação das carteiras muito abaixo do que deveriam estar, observa. Ele cita o exemplo do próprio VGIA11, que caiu de R$ 9,30 para casa dos R$ 8 após a RJ da AgroGalaxy, sem nenhum fator negativo.
“Talvez o investidor ainda esteja um pouco assustado, mas o pior já passou para o setor e há uma oportunidade na mesa”, crava Grahl.
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A questão macroeconômica também está no radar dos gestores – especialmente em relação à capacidade das empresas de honrar pagamentos com a elevação dos juros. Mas a preocupação é bem menor do que em outros setores, garantem.
“O cenário macro, que impacta de forma bastante negativa vários setores da economia brasileira, afeta o agronegócio em uma proporção bem menor do que a média”, pontua Mesquita, da Riza. “A alta da inflação, por exemplo, reflete no preço dos alimentos e o agro acaba exportando com a receita maior”, detalha o executivo, ao lembrar que o cliente final do agronegócio no Brasil é essencialmente a exportação.
Segundo as projeções para 2025, a parte do PIB mais sensível à política econômica – a indústria de transformação, a construção e os setores de comércio e serviços – crescerá cerca de 1,5% no ano que vem. Porém, a agropecuária e a indústria extrativa tendem a crescer fortemente, especialmente a produção de grãos.
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