BlackRock afirma que alocação de 2% em Bitcoin é uma “faixa razoável”

Qualquer coisa além de 2% aumentaria drasticamente a participação do criptoativo no risco geral do portfólio, diz documento do BlackRock Investment Institute

Bloomberg

Bitcoin já subiu 140% este ano (Paul Yeung/Bloomberg)
Bitcoin já subiu 140% este ano (Paul Yeung/Bloomberg)

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A maior gestora de ativos do mundo afirma que o Bitcoin tem seu lugar em portfólios multiativos — até certo ponto.

De acordo com um documento do BlackRock Investment Institute divulgado na quinta-feira (12), atribuir um peso de 1% a 2% ao Bitcoin produziria um risco de perfil semelhante ao das chamadas ações de tecnologia Magnificent Seven em um portfólio padrão de 60/40 de ações e títulos. Essa é uma “faixa razoável” a ser dedicada ao Bitcoin, já que qualquer coisa além de 2% aumentaria drasticamente a participação do criptoativo no risco geral do portfólio, segundo o documento.

É um potencial modelo para investidores “que são tolerantes ao risco do Bitcoin” ao considerar como alocar em Bitcoin, enquanto a criptomoeda atinge recordes acima de US$ 100 mil. A adesão do presidente eleito Donald Trump ao setor, combinada com suas indicações favoráveis ao cripto para altos cargos do governo, alimentou a alta, injetando bilhões de dólares em fundos de índice de Bitcoin — incluindo o IBIT da BlackRock. No entanto, esses retornos impressionantes vêm acompanhados da infame volatilidade do Bitcoin, razão pela qual adotar uma abordagem de “orçamento de risco” na construção do portfólio faz sentido, segundo o documento.

“Embora a correlação do Bitcoin com outros ativos seja relativamente baixa, ele é mais volátil, tornando seu efeito na contribuição total de risco semelhante no geral”, escreveram os autores, incluindo Samara Cohen, CIO de ETFs e investimentos em índices da BlackRock, no documento. “Uma alocação em Bitcoin teria a vantagem de fornecer uma fonte diversificada de risco, enquanto um excesso nas ações Magnificent Seven aumentaria o risco existente e a concentração do portfólio.”

Embora o Bitcoin tenha subido 140% neste ano, o caminho para os máximos históricos tem sido excepcionalmente acidentado. A maior criptomoeda do mundo viu quedas de 70% a 80% desde sua criação em 2009, observou o documento.

Contribuindo para a alta do cripto neste ano, foi o lançamento em janeiro dos ETFs de Bitcoin à vista nos EUA. Os ativos nos doze fundos ultrapassaram US$ 113 bilhões desde sua estreia, com investidores injetando quase US$ 10 bilhões desde a vitória presidencial de Trump em novembro, mostram dados compilados pela Bloomberg.

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Uma adoção institucional mais ampla poderia atenuar parte da volatilidade do Bitcoin, segundo o documento do BlackRock Investment Institute. Embora isso pudesse permitir que os investidores aumentassem sua alocação, também poderia atenuar os retornos impressionantes do Bitcoin.

“Olhando para o futuro, se o Bitcoin realmente alcançar uma ampla adoção, ele poderia potencialmente se tornar menos arriscado — mas nesse ponto, pode não ter mais um catalisador estrutural para aumentos significativos de preço”, escreveram.

O Bitcoin bateu os US$ 106 mil nesta segunda-feira (16).

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