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Taxa de retorno do setor elétrico no Brasil é superior à média global, afirma Moody’s

No Brasil, a média anual de retorno entre 2019 e 2023 ficou em 7,5%, superior ao registrado no resto do mundo, que foi de 4,4%

Agência Eixos

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BRASÍLIA – As operações de empresas de distribuição e transmissão de energia no Brasil têm uma média de retorno do investimento superior a outros países, segundo a agência de classificação de risco Moody’s Ratings.

Em apresentação à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Moody’s apontou que o cenário torna o país atrativo para investimentos.

No Brasil, a média anual de retorno entre 2019 e 2023 ficou em 7,5%, superior ao registrado no resto do mundo, que foi de 4,4%.

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Ambiente salutar

“Olhando essas taxas de retorno, a gente vê um ambiente salutar para investimento. Aqui no Brasil, no nosso universo, a gente vê uma taxa de crescimento de 23,8% em média nos últimos quatro anos, entre 2020 e 2024”, afirmou a diretora da Moody’s Ratings, Cristiane Spercel.

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Outro fator positivo apontado pela consultoria é o crescimento da demanda por energia elétrica, que segue em alta acumulada de 10% desde 2019.

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“No setor elétrico, de um modo geral, houve uma recuperação da demanda do Covid. É uma pena que tenha sido grave por aqui. Mas a gente vê que no Brasil a queda foi muito menos acentuada que no resto da América Latina e se recuperou muito mais rápido”, afirmou.

A Moody’s aponta que a regulação brasileira é bem desenvolvida, já que existem mecanismos de tarifas que equilibram preços justos para os consumidores e remuneração adequada para as empresas de transmissão e distribuição.

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Embora veja interferências pontuais, a consultoria acredita que a independência da Aneel garante um ambiente regulatório previsível.

Curtailment é entrave

Por outro lado, existem desafios que devem ser enfrentados pelo setor elétrico, pelo governo e pela Aneel. Os cortes de geração (curtailment) representam, segundo a Moody’s, uma questão a ser superada.

O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, acredita que deve haver definições sobre o tema no primeiro semestre de 2025.

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Mesmo diante do problema, Spercel aponta que pode haver soluções nos próximos acordos a serem firmados.

“Um ponto bastante positivo que a gente vê é a evolução para os próximos contratos de distribuição com uma melhor alocação entre os custos e os diferentes participantes para mitigação desses riscos nos novos contratos no momento de renovação”, disse.

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Apesar de entender que a matriz elétrica do Brasil seja limpa e renovável, o que coloca o Brasil em uma posição favorável na transição energética, a Moody’s aponta que há riscos por conta da intermitência das fontes eólica e solar, principalmente.

Nesse contexto, a instalação de data centers no país é vista como uma possibilidade de atração de investimentos, mas depende de reforços nas infraestruturas de transmissão.

Agência Eixos

Agência de notícias líder na cobertura dos setores de petróleo, gás e energia. Especializada em política e regulação, com foco no Congresso, governos e agências reguladoras.