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O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, reiterou que pretende impedir a compra da siderúrgica americana U.S. Steel pelo grupo japonês Nippon Steel, prometendo inclusive bloquear o acordo logo após retornar à Casa Branca no mês que vem.
“Sou totalmente contra a outrora grande e poderosa U.S. Steel ser comprada por uma empresa estrangeira, neste caso a Nippon Steel do Japão”, disse Trump em sua plataforma Truth Social na segunda-feira.
A publicação foi feita enquanto a principal siderúrgica japonesa espera concluir sua compra planejada da produtora dos EUA até o final do ano – Trump assume o cargo em 20 de janeiro.
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“Por meio de uma série de incentivos fiscais e tarifas, faremos a U.S. Steel forte e ótima novamente, e isso acontecerá RÁPIDO!”, escreveu ele. “Como presidente, impedirei que esse acordo aconteça. Cuidado, comprador!!!”, ameaçou o presidente eleito.
Durante a corrida presidencial, Trump prometeu que, se eleito, bloquearia o acordo de aquisição negociado pelas administrações das duas siderúrgicas, num valor estimado em mais de US$ 14 bilhões.
Segundo a agência Kyodo News, em resposta às declarações de Trump, a Nippon Steel emitiu nota reiterando a importância da aquisição, dizendo que “não só ajudará a U.S. Steel a crescer, mas também fortalecerá a segurança nacional dos Estados Unidos”.
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Abordando seu plano de investir pelo menos US$ 2,7 bilhões nas instalações da empresa dos EUA, a maior siderúrgica do Japão também disse que introduzirá sua tecnologia “para que os funcionários dos EUA possam fornecer produtos de aço de ponta aos clientes americanos. E prometeu proteger empregos”.
O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, se recusou a comentar sobre o plano de aquisição da Nippon Steel durante uma sessão parlamentar, chamando-o de “um negócio de uma empresa individual”. Ao mesmo tempo, ele enfatizou a importância dos dois países impulsionarem a cooperação econômica por meio de investimentos bilaterais.
Os acionistas da U.S. Steel apoiam a aquisição, acreditando que vai tornar a empresa mais competitiva globalmente, ao criar a terceira maior siderúrgica do mundo em volume de produção.
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Mas a fusão proposta foi contestada pelo sindicato United Steelworkers, sediado na Pensilvânia, que foi um estado-chave na eleição presidencial americana.
Com os votos dos sindicatos considerados vitais para pavimentar o caminho para a Casa Branca, o presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris, que foi derrotada por Trump na eleição de 5 de novembro, também foram contra o acordo, que foi anunciado em dezembro do ano passado.
O Comitê de Investimento Estrangeiro dos EUA está revisando a aquisição proposta e deve dar um parecer até o final de dezembro.
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O comitê, também conhecido como CFIUS, que é presidido pela secretária do Tesouro Janet Yellen, é responsável por examinar se as transações de investimento estrangeiro envolvendo empresas dos EUA representam uma ameaça à segurança nacional.
A US Steel, fundada em 1901, também está sediada na Pensilvânia, já foi um símbolo da proeza econômica americana, mas tem lutado para acompanhar a concorrência de rivais estrangeiros. Ela ficou em 24º lugar globalmente no ano passado, de acordo com dados da World Steel Association.