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Dólar zera alta com falas de Lira e Pacheco após bater R$ 6,11

Na quinta-feira, o dólar à vista fechou com forte alta de 1,30%, cotado a 5,991 reais, registrando a maior cotação nominal de fechamento da história

Felipe Moreira

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Após fechar na maior cotação nominal da história, o dólar comercial ampliou os ganhos ante o real nesta sexta-feira (29) e chegou a superar os R$ 6,10, em meio à desconfiança do mercado em relação ao pacote fiscal anunciado pelo governo. No início da tarde, contudo, a moeda zerou os ganhos e passou a operar entre leves perdas e ganhos. Às 12h43 (horário de Brasília), a divisa operava com leve alta de 0,06%, a R$ 5,99.

O movimento ocorre após falas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Lira disse nesta sexta-feira (29) que a Casa terá “boa vontade” com a análise de medidas de cortes de gastos e que qualquer iniciativa de renúncia de receitas será avaliada pelos parlamentares somente no ano que vem, com uma análise cuidadosa das fontes de financiamento.

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Já Pacheco disse que a proposta mais controversa apresentada, a isenção de Imposto de Renda (IR) para contribuintes que recebem até R$ 5 mil mensais, só se tornará realidade se houver “condições fiscais” para isso, apontou.

Confira a cotação em tempo real: Conversor de Moeda

Qual é a cotação do dólar hoje?

Às 10h10, o dólar comercial operava com alta de 1,85%, cotado a R$ 6,100 na compra e R$ 6,101 na venda. Na máxima do dia, a divisa americana bateu os R$ 6,107. Na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,52%, a 6.041 pontos.

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Na quinta-feira, o dólar à vista fechou o dia com forte alta de 1,30%, cotado a R$ 5,9910, registrando a maior cotação nominal de fechamento da história e após superar os R$ 6 pela primeira vez na história.

O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de janeiro de 2025.

Dólar comercial

Dólar turismo

Compra: R$ 6,042

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Venda: R$ 6,222

O que acontece com o dólar hoje?

Na avaliação de especialistas, o ajuste proposto criou um sentimento ruim no mercado e colocou pressão nas próximas decisões do Banco Central para a Selic, a taxa básica de juros.

Walter Maciel, CEO da gestora AZ Quest, vê um cenário de “elevação brutal” de juros na esteira dos últimos anúncios. “Dado o que o mercado está vendo agora de preço, o Banco Central teria de fazer duas altas de 100 pontos-base nos juros [1 ponto porcentual]”, afirmou, ao InfoMoney. Segundo Maciel, é o preço pago pela perda de credibilidade do governo em relação ao controle de gastos, após o controverso pacote de medidas anunciado.

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“O gringo agora jogou a toalha de vez”, afirma, acreditando que um fluxo estrangeiro de carry trade (motivado pela diferença de juros entre o Brasil e os Estados Unidos – onde as taxas estão caindo) não deve ganhar fôlego enquanto a questão fiscal não for tratada com seriedade.

“O governo precisa demonstrar que seu plano é viável, e por isso devemos esperar um período de volatilidade nos próximos dias e meses. A implementação do esforço fiscal prometido será crucial para consolidar a confiança do mercado”, disse André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferências internacionais Remessa Online.

“A reação do mercado é compreensível, mas considero-a desproporcional. Ficou claro que a responsabilidade fiscal é uma prioridade”, completou.

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A sessão desta sexta ainda é marcada pela disputa da Ptax de fim de mês. Taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros.

Com o foco no noticiário doméstico, o real ia na contramão de seus pares emergentes, que rondavam a estabilidade frente ao dólar em meio a um volume de negociações fraco em uma sessão pós-feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos.

As atenções no exterior continuam sendo as perspectivas para o novo governo do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, à medida que suas promessas de tarifas têm gerados temores de guerras comerciais no próximo ano.