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O JPMorgan revisou projeções e passou a projetar nesta quinta-feira (28) que o Comitê de Política Monetária (Copom) elevará a taxa básica de juros em 1 ponto percentual na sua reunião de 10 e 11 de dezembro, ao diagnosticar um aprofundamento do conflito entre a política fiscal e a política monetária após o anúncio do pacote fiscal do governo.
A instituição afirmou que o pacote falhou “em recuperar credibilidade da política econômica” e elevou sua previsão da Selic ao fim do atual ciclo de alta de 13% para 14,25%.
No início deste mês, após o Copom elevar os juros em 0,50 ponto percentual para 11,25%, o JP Morgan previa que o BC manteria um ritmo de altas de 0,50 ponto percentual por reunião até março.
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Para os economistas do banco, o câmbio mais fraco e um novo pico de expectativas de inflação provavelmente trarão novas pressões inflacionárias
Apesar do alto grau de incerteza sobre os desenvolvimentos da política no curto prazo, os economistas do banco apontam que uma abordagem monetária mais gradual neste momento pode reforçar a deterioração das expectativas de inflação em meio a riscos domésticos e externos.
“Tínhamos previsto que a política fiscal tomaria as medidas necessárias para evitar uma espiral negativa de expectativas, não apenas mantendo o arcabouço fiscal, mas também convencendo os participantes do mercado de que faria isso pelo menos até 2026. No entanto, o anúncio fiscal desta semana refutou essa suposição, um desenvolvimento que provavelmente levará o BC a aumentar as taxas acima de 13% – e em um ritmo mais rápido do que esperávamos até o momento”, avalia a equipe econômica do banco.
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Na visão do JPMorgan, os números associados ao pacote fiscal anunciado devem ser tomados com cautela, com as estimativas fornecidas pelo governo parecem otimistas.
Além da mudança na regra do salário mínimo, assume que a maioria dos números não corresponderá às previsões, antecipando que dos R$ 30,6 bilhões anunciados para 2025, os resultados provavelmente seriam reduzidos pela metade, na melhor das hipóteses.
No líquido, estima que a economia total pode chegar a R$ 15 bilhões em 2025, ou cerca de 0,1% do PIB.
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“Embora a combinação proposta de projetos facilite o processo de execução orçamentária, em nossa opinião, ela carece de um ajuste mais estrutural que reduziria significativamente o déficit fiscal e melhoraria as percepções dos agentes econômicos sobre a sustentabilidade da dívida em relação ao PIB. Além disso, a antecipação anunciada de uma reforma do imposto de renda que reduz os impostos de renda para famílias de renda média enquanto aumenta os impostos para indivíduos de renda mais alta aumenta o risco de que o Congresso possa aprovar mais aspectos do primeiro do que do último. Isso pode resultar em receitas reduzidas de até 0,3% do PIB e um déficit maior em 2026”, avaliam os economistas.
Mesmo com a suposição otimista de que essa reforma é neutra em termos de impostos, ela não é neutra em termos de demanda, pois aumenta a renda disponível de indivíduos com alta propensão a consumir. Consequentemente, também não é neutra em termos de inflação.
“O resultado é um aprofundamento do conflito fiscal-monetário — o primeiro tende a ser mais inflacionário, enquanto o último é desinflacionário. Primeiro, a deterioração das expectativas dos agentes econômicos devido aos riscos fiscais está levando a uma depreciação adicional da taxa de câmbio e a uma nova rodada de deterioração das expectativas de inflação, o que agravará as recentes pressões inflacionárias”, avalia.
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Segundo, pode estimular ainda mais a demanda em uma economia já superaquecida — o PIB cresceu mais de 3% nos últimos dois anos, com uma estimativa potencial de 2% — tornando os riscos de inflação mais assimétricos.
“Nesse contexto, a política monetária precisará agir de forma mais decisiva para neutralizar esses efeitos fiscais e seus riscos desequilibrados”, aponta o banco.
(com Reuters)