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Paulo Gama, analista político da XP, participou nessa quinta (28) do programa Morning Call da XP, e fez comentários sobre as medidas fiscais do governo bem como o anúncio de efetivar a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
“A percepção, a partir do anúncio de Fernando Haddad (das medidas fiscais), é que muito do que se pretendia, se acabou por necessidade política, se diluindo ou não tendo força suficiente para ser levado à frente”, avaliou.
Dificuldade de mudanças
Uma das questões que não foram para a frente foi o seguro-desemprego, segundo ele. Paulo Gama lembra que chegou a circular propostas possíveis para mudar o pagamento do benefício.
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“O pacote revela que há dificuldade de mudanças mais estruturais na composição das despesas do governo”, afirmou. Sobre a discussão do pacote fiscal junto com a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, o analista vê isso como um movimento político.
“Enquanto o governo estava se preparando para fazer um pacote para reancorar as expectativas, de trazer as expectativas para perto do que o mercado tinha de previsibilidade de gastos, incluiu-se uma discussão política, com esse anúncio de renúncia de receitas (com isenção do imposto de renda a mais pessoas), ainda que vá ser compensada”, explicou.
“Isso mostrou limitação política de avançar essa agenda de maneira mais independente, acabando por contaminar a discussão”, disse.
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Inclusão da discussão do IR
Ainda sobre a inclusão da discussão do imposto de renda junto com o pacote fiscal, Paulo Gama afirmou que isso “denota a conotação política e a sensibilidade que o governo estava percebendo com o anúncio das medidas (fiscais)”.
“Havia muito receio de que se apresentasse um pacote que pudesse ser encarado como algo focado apenas nas camadas mais pobres da população. Então, ele quis estender algum benefício”, explicou.
Mas o analista crê que nas conversas do Ministério da Fazenda com o Congresso Nacional haja uma diferenciação do conjunto das medidas anunciadas. “Há um esforço que a parte focada nas despesas seja discutida ainda em 2024, já que o governo precisa delas aprovada para que tenha um orçamento de 2025 mais equilibrado”, avaliou.
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A discussão do imposto de renda ficará para 2025. “A promessa de campanha do presidente Lula era de cumprir o prometido até o fim do mandato”, disse.
“Vai haver uma tentativa de separar, ainda que o fato denote limite político nessa agenda de contenção de gastos e tenha turvado as discussões”, complementou.