Sou uma sobrevivente, diz herdeira da Copag; polícia diz que ela teve contas zeradas

Polícia fez operação contra homem acusado de manter Regina Lemos Gonçalves presa dentro de apartamento no Rio de Janeiro por 10 anos

Equipe InfoMoney

(Reprodução)
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A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Estado deflagraram nesta terça-feira (26) a Operação Dama de Ouros, com o objetivo de tentar prender José Marcos Chaves Ribeiro. Ele é acusado de tentativa de feminicídio, sequestro e cárcere privado contra a socialite Regina Lemos Gonçalves, de 88 anos. Ribeiro é considerado foragido.

Regina é viúva e herdeira de Nestor Gonçalves, fundador da Copag, marca de cartas de baralho. Ribeiro foi motorista dela.

Regina recebeu a notícia do pedido de prisão com “alívio e grande emoção”, segundo João Chamarelli, representante da família. “Sou uma sobrevivente da sanha inescrupulosa de um facínora e de ambiciosos sem limites. Quero ver punidos, presos”, disse Regina.

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Segundo Chamarelli, o ex-motorista teria orquestrado um golpe financeiro e patrimonial em conluio com advogados e ex-funcionários, mantendo a socialite isolada em sua própria casa por mais de uma década, sem contato com amigos e familiares.

A denúncia contra José Marcos foi baseada em uma investigação que começou em novembro do ano passado, após diversos depoimentos e laudos que confirmaram os crimes cometidos contra a idosa.

A acusação de tentativa de feminicídio está relacionada a uma internação de Regina em dezembro de 2021, quando ela foi hospitalizada com uma lesão na cabeça, sem que sua família fosse informada do ocorrido.

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Além das acusações criminais, a situação financeira de Regina é alarmante, segundo a polícia. De acordo com o delegado Ângelo Lages, a socialite está com suas contas bancárias zeradas e enfrenta dívidas milionárias, incluindo altos valores de IPTU e condomínio.

Apesar de possuir imóveis valiosos, como uma mansão em São Conrado e um apartamento no Edifício Chopin, ambos estão com dívidas acumuladas. A mansão, avaliada em R$ 15 milhões, foi devolvida à socialite após a operação, mas apresenta sérios problemas financeiros.

O imóvel, que possui vista para a Pedra da Gávea, foi administrado por José Marcos, que também é acusado de ter furtado joias e outros bens da herdeira.

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O ex-motorista alegou ter tido um relacionamento amoroso com a socialite, o que Regina nega. Uma escritura de união estável registrada em 2021, quando Regina tinha 85 anos e José Marcos 50, levantou dúvidas sobre a validade do relacionamento e a saúde mental da idosa na época.

A 4ª Vara Criminal do Rio de Janeiro também determinou que José Marcos deve manter uma distância mínima de 500 metros de Regina e está proibido de frequentar os imóveis que pertencem à socialite.

A defesa do ex-motorista, por sua vez, afirmou que se pronunciará apenas após ter acesso à decisão judicial.