Após reunião “definitiva” sobre gastos, Haddad cumpre agenda interna na Fazenda

O ministro da Fazenda chegou a ser anunciado como presença confirmada no Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), que ocorre em Brasília (DF), mas não irá ao evento

Equipe InfoMoney

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) (Foto: Diogo Zacarias/MF)
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) (Foto: Diogo Zacarias/MF)

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Um dia após a reunião “definitiva” sobre o pacote de corte de gastos, na última segunda-feira (25), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), cumpre agenda interna na sede da pasta nesta terça-feira (26). 

Não há previsão de compromissos públicos do ministro até o momento.

Haddad chegou a ser anunciado como uma presença confirmada no Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), que ocorre em Brasília (DF), mas não irá ao evento – que deve contar com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na abertura.

Na segunda-feira, o ministro apresentou em detalhes a proposta de redução de gastos a Lula, na reunião que considerou “definitiva”. Ele disse que ainda falta apresentar as medidas aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)

Coube à Casa Civil fazer o agendamento desse novo encontro, e, por ora, o compromisso ainda não consta na previsão de agenda do ministro.

O pacote de corte de gastos incluirá mudanças nas regras para concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), no abono salarial, na política de reajuste do salário mínimo e na previdência e pensão de militares. 

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Haddad confirmou que mudanças no Vale-Gás e a limitação dos chamados “supersalários” (que ultrapassam o limite legal) estão no pacote.

Expectativa para o anúncio

O martelo já foi batido, as arestas já estão aparadas com os ministérios e Lula já deu o aval. Mesmo assim, o pacote com medidas de corte de gastos, que era esperado para segunda-feira (25) ou terça-feira (26), só deve ser anunciado pela equipe econômica na quarta-feira (27) ou na quinta-feira (28). 

A informação não é confirmada oficialmente pelo Ministério da Fazenda, mas a reportagem do InfoMoney apurou que tudo caminha para o anúncio das medidas fiscais até o fim desta semana

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Fontes que estiveram ontem com integrantes do núcleo da equipe econômica do governo afirmaram que o pacote já está definido, mas passa por “ajustes finais de redação”. A divulgação na terça-feira (26), como vinha sendo esperado pelos agentes econômicos, tem poucas chances de acontecer. O anúncio, no entanto, é iminente e não deve demorar muito.

A avaliação predominante no Planalto é a de que o governo já perdeu tempo demais com as discussões sobre o tema e precisa anunciar as medidas. 

No início da noite desta segunda-feira, em Brasília (DF), após uma série de reuniões durante todo o dia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) confirmou que as propostas devem ser encaminhadas ainda nesta semana ao Congresso Nacional. O chefe da equipe econômica, no entanto, não cravou uma data para o anúncio. 

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“Fechamos o entendimento dentro do governo, o presidente já decidiu as últimas pendências. Devemos falar com os presidentes das duas Casas, conforme eu tinha anunciado, falar com os líderes e aí nós vamos encaminhar. [O envio] Está dependendo do Palácio [do Planalto] entrar em contato com Senado e Câmara. Mas já estamos preparados, está tudo redigido na Casa Civil. Vamos mandar com certeza nesta semana. Agora, o dia, a hora, vai depender mais do Congresso do que de nós”, disse Haddad aos jornalistas. 

Fernando Haddad confirmou, também, que o governo vai mandar para o Parlamento uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e um Projeto de Lei Complementar (PLC) com as medidas fiscais.

“Sim [vai ser uma PEC e um PLC]. A ideia é mandar o menor número de diplomas possível”, disse Haddad, que demonstrou otimismo com uma possível aprovação pelo Congresso ainda em 2024.

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“Tenho esperança [de aprovar neste ano]. A intenção é essa porque há, pelo menos, uma PEC que deve ser votada neste ano, por exemplo a da prorrogação da DRU [Desvinculação de Receitas da União]. Talvez nós aproveitemos essa PEC”, explicou o ministro.

(Com Estadão Conteúdo)