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BERLIM (Reuters) – A ex-chanceler alemã Angela Merkel classificou a influência de bilionários da tecnologia, como Elon Musk, sobre o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, uma “grande preocupação”.
Em uma entrevista à revista Der Spiegel publicada na sexta-feira (22) antes do lançamento de suas memórias, Merkel afirmou que o trabalho da política é, em última análise, equilibrar os interesses dos cidadãos comuns e poderosos.
“Se esse recurso for influenciado de forma muito forte pelas empresas, seja por meio do poder do capital ou das capacidades tecnológicas, então esse é um desafio sem precedentes para todos nós”, disse ela.
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Ela citou o exemplo de Musk, chefe-executivo da Tesla e da SpaceX, que foi escolhido por Trump para co-liderar um novo Departamento de Eficiência Governamental, que o novo presidente indicou que funcionará fora dos limites do governo.
“Se uma pessoa como ele [Musk] possui 60% de todos os satélites em órbita no espaço, isso deve ser uma grande preocupação para nós, além das questões políticas”, disse Merkel.
A SpaceX administra o provedor de internet via satélite Starlink, que tem mais de 6.000 satélites no espaço e é usado por consumidores, empresas e agências governamentais.
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O livro de memórias de Merkel, intitulado “Freedom: Memories 1954-2021” e escrito antes da reeleição de Trump, será publicado em mais de 30 países em 26 de novembro.
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Merkel disse à Spiegel que a vitória de Trump a encheu de tristeza.
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“Se alguém na política não permite situações de ganho mútuo, mas reconhece apenas vencedores e perdedores, então essa é uma tarefa muito difícil para o multilateralismo”, afirmou ela.
Em seu livro, que será lançado em dezembro nos Estados Unidos em um evento com o ex-presidente dos EUA Barack Obama, Merkel descreve suas relações com Trump e com outros líderes mundiais, incluindo o presidente russo Vladimir Putin.
O lançamento do livro ocorre no momento em que ela enfrenta pressão para defender o legado de seus 16 anos no poder, à luz das atuais dificuldades econômicas e políticas da Alemanha e das crescentes crises internacionais.
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(Por Miranda Murray e Rachel More)