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O mercado financeiro acompanha com ansiedade o anúncio do prometido pacote fiscal do governo federal. A postergação do anúncio tem gerado preocupação em relação ao possível conjunto de ações, avalia Caio Megale, economista-chefe da XP.
“Precisa vir logo”, disse o especialista, durante encontro com empreendedores nesta quinta-feira (21), em São Paulo (SP), no Espaço XP da Faria Lima.
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a redação do pacote deve ser finalizada ainda esta semana, mas a data do anúncio será definida após o texto ser apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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O representante do governo federal não detalha qual será o tamanho do ajuste orçamentário tão aguardado pelo mercado financeiro, mas garantiu que o Planalto seguirá “à risca” o arcabouço fiscal.
Tamanho do pacote
Dada a dificuldade da tarefa, Megale não espera um pacote de cortes relevantes de despesas. Para ele, as medidas terão como principal objetivo desacelerar o crescimento de gastos.
Diante da margem curta para ajustes, o economista-chefe da XP sugere maior celeridade na divulgação das medidas fiscais.
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“A preocupação com relação a esse pacote é o senso de urgência”, reforça. “Inicialmente, o pacote foi prometido para depois das eleições, há mais de um mês; ficou para após o feriado e, agora, deve ser anunciado na próxima semana”, pontua.
Enquanto o governo não manifesta um senso de urgência maior, Megale lembra que as despesas continuam crescendo – dando sequência à tendência observada há muito tempo.
“E se não tivermos medidas agora para ter efeito em 2025, não vai ser em 2026, ano eleitoral, que vamos cortar despesas… Ou pisa no freio o ano que vem, ou não vai pisar mais.”
Leia também: Como o pacote de corte de gastos pode afetar as expectativas para a Bolsa brasileira?
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Megale defende o ajuste fiscal exatamente para atenuar a sensação do que classifica como “foto boa, filme preocupante” da economia brasileira.
Embora indicadores como o PIB e a inflação apresentem resultados satisfatórios, o economista afirma que fatores como o aumento das despesas primárias – perto de 10% acima da inflação – podem custar caro mais para frente.
“Não sabemos se esse filme vai terminar com um final feliz ou vai terminar com um final meio confuso”, opina.