“Está na cara que o Tarcísio vai ser presidente da República”, diz Kassab

Em conversa com empresários, Kassab afirmou ainda que o PSD pode, em 2026, repetir a decisão que tomou em 2022, quando não lançou candidatura à Presidência da República e liberou seus filiados para apoiar quem quiserem

Fábio Matos

Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD (Foto: Reprodução/TV Bandeirantes)
Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD (Foto: Reprodução/TV Bandeirantes)

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O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, disse a empresários, em reunião na última terça-feira (19), que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não vive um bom momento e que o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) deve ser candidato ao Palácio do Planalto – mas apenas em 2030. 

No encontro, promovido pelo grupo Esfera Brasil, o ex-prefeito de São Paulo (SP) e ex-ministro demonstrou confiança de que Tarcísio será eleito presidente quando disputar o cargo. “Está na cara que o Tarcísio vai ser presidente da República. Aposto qualquer coisa”, afirmou. “Pode ser em 2026? Pode, mas acho difícil”, completou. 

Um dos principais aliados de Tarcísio, Kassab ocupa hoje a Secretaria de Governo e Relações Institucionais do estado de São Paulo. Ele também preside o PSD, um dos partidos vitoriosos nas eleições municipais deste ano (comandará 887 prefeituras em todo o país a partir de 2025). 

Segundo Kassab, Tarcísio deve concorrer a mais um mandato como governador de São Paulo, em 2026, e só depois buscar o Planalto. 

“Ele já se definiu como candidato à reeleição para governador. E esse é o melhor cenário para todos nós, brasileiros. Porque, se der ‘chabu’ no plano nacional, São Paulo segura o Brasil”, afirmou Kassab. “A minha impressão é que o Tarcísio vai realmente ser candidato para presidente em 2030”, prosseguiu o presidente do PSD. 

“Eu não vejo adversário. Existe uma união tão grande de forças ao lado de Tarcísio que nunca vi igual. Nunca teve um gestor tão bem avaliado como ele. Tarcísio não tem adversário. Só não fala que é simpático a ele o petista, porque não tem como. Mas, mesmo assim, no bastidor, [o petista] reconhece que ele está sendo um bom governador. Tarcísio é muito qualificado”, disse Kassab. 

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Na conversa com empresários, Kassab afirmou ainda que o PSD pode, em 2026, repetir a decisão que tomou em 2022, quando não lançou candidatura à Presidência da República e liberou seus filiados para apoiar quem quiserem. 

Críticas a Lula

Ministro das Cidades no segundo governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), entre 2015 e 2016, Gilberto Kassab fez críticas à atual gestão de Lula no Planalto. 

“O Lula, hoje, caminha com dificuldade para a reeleição. A economia vai bem, mas não acredito que isso vai perdurar por muitos meses”, projetou Kassab. 

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“Há dez dias, houve aquela explosão do dólar. Ele se assustou e pediu para o [ministro da Fazenda, Fernando Haddad] não viajar [para a Europa, onde tinha compromissos]. Veio o G20, e parou. Eu espero que o Lula leve a sério essa proposta [de corte de gastos], senão vai voltar aquela instabilidade de 15 dias atrás”, afirmou. 

“Mas eu gosto do presidente Lula. É uma judiação para o Lula encerrar a carreira com um mau governo. Eu acho que ele está errando na economia. O capital globalizado não escolhe, não tem país. Se não tem confiança, ele vai embora. O [capital] brasileiro vai embora, e o de fora não vem”, continuou Kassab.

“O Lula tem tudo para ser de novo um grande presidente, como já foi. A gente deve muito ao Lula. Mas ele não vai bem. Quando todo mundo acha que não vai bem é porque não vai bem. Eu corri o país, presencialmente e virtualmente [nas eleições municipais]. Ninguém queria votar no PT. É uma sinalização. O PT existe hoje em três estados: no Piauí, na Bahia e no Ceará”, analisou. 

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“Eu gostaria muito que ele [Lula] fosse consagrado. Porque o país, quando votou nele, votou na esperança de que pudesse ser o presidente que a gente queria. Para unir o país, para fazer na economia o que precisa ser feito. Eu espero que ele faça, e se apresente [como candidato em 2026] e merecidamente seja reeleito”, concluiu Kassab. 

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”