Inadimplência no aluguel é maior em casas de alto padrão, aponta estudo

Taxa de inadimplência locatícia de casas com aluguel acima de R$ 13 mil é a maior entre os imóveis residenciais, afirma levantamento da Superlógica

Maria Luiza Dourado

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A taxa de inadimplência de aluguéis de casas de alto padrão é maior do que a de apartamentos e casas de baixo padrão. É o que mostra o Índice de Inadimplência Locatícia da Superlógica, plataforma de soluções para os mercados condominial e imobiliário.

O estudo, divulgado no Superlógica Next 2024, evento voltado ao mercado imobiliário que ocorre nesta terça-feira (19), foi elaborado com dados anonimizados de mais de 800 mil clientes locatários de todo o Brasil que possuem boletos que estão há mais de 60 dias sem pagamento ou que foram pagos com atraso superior a 60 dias.

Considerando apenas imóveis residenciais, a maior taxa de inadimplência ocorreu em casas com aluguel acima de R$ 13.000 (6,08%), enquanto a menor foi em apartamentos com aluguel entre R$ 2.000 e R$ 3.000 (2,15%).

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Já em relação aos imóveis comerciais, a faixa até R$ 1.000 apresentou a maior taxa (6,22%), e a menor (3,45%) foi na faixa de R$ 1.000 a R$ 2.000.

Na média, a taxa de inadimplência de aluguel de apartamentos subiu de 2,22%, em setembro, para 2,34%, em outubro; e a de casas, de 3,47% para 3,79%. Os imóveis comerciais tiveram uma taxa de inadimplência de 4,05%, 0,06 ponto percentual acima de setembro, que fechou em 3,99%.

Veja a relação completa abaixo:

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Índice de Inadimplência Locatícia Superlógica (Divulgação)

“Observamos os maiores índices de inadimplência em imóveis de alto padrão devido à falta de uma garantia profissionalizada. Por quê? Porque é caro. Imagine que um seguro fiança locatícia cobre 10% do valor de um aluguel de mais de 13 mil reais. É um valor considerável. As pessoas não contratam por isso”, diz Manoel Neto, diretor de Negócios para Imobiliárias da Superlógica.

Em outubro, último mês analisado pelo levantamento, a inadimplência locatícia voltou a subir no Brasil, aumentando 0,17 ponto percentual em relação a setembro, para 3,31%. Ainda assim, o resultado é um dos três menores do ano. Fevereiro e abril concentraram as maiores taxas de inadimplência locatícias de 2024, com 3,86% em ambos os casos.

No recorte por estados, o levantamento aponta que a Paraíba registrou a maior taxa do período, com 13,86%. A lista das maiores taxas de inadimplência locatícia segue com Amazonas (10,68%), Rondônia (9,19%), Maranhão (6,65%), Pará (5,40%) e Acre (5,18%). O ranking dos estados com as menores taxas é liderado por Santa Catarina (2,03%), seguido de Sergipe (2,06%), Distrito Federal (2,13%), Minas Gerais (2,54%), Mato Grosso do Sul (2,54%) e Rio Grande do Sul (2,56%).

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“A inadimplência sempre acompanha indicadores macroeconômicos. Em regiões de menor PIB e maior taxa de desemprego, a inadimplência locatícia tende a ser maior. Da mesma forma, regiões mais pujantes economicamente apresentam menor taxa de inadimplência”, afirma.

Entre as regiões do país, o Norte lidera o ranking com a maior taxa de inadimplência do período, com 6,02%, seguido do Nordeste (4,69%), Sudeste (3,09%), Sul (2,70%) e Centro-Oeste (2,59%).

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Veja abaixo as taxas médias de inadimplência locatícia por região e tipo de imóvel:

Neto credita a performance da região Sul em inadimplência locatícia à maior adoção de garantias profissionais, como o seguro, na região. “É feita uma análise profissional desse cliente, então a inadimplência acaba sendo menor. É o contrário do que ocorre em mercados onde as garantias não são profissionais, como a caução ou o fiador não profissional – pai, mãe, tio, por exemplo. Nesses casos, a inadimplência tende a ser maior”, completa.

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Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.