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A compra de produtos ou serviços de lojas ou perfis falsos na internet e falsas oportunidades de multiplicar e investir dinheiro são os dois principais golpes que afetam a maioria das vítimas de fraudes online utilizando o Pix, com idades que variam de abaixo de 18 anos até 49 anos. A descoberta faz parte do estudo “Golpes com Pix 2024”, realizado pela empresa de proteção financeira digital Silverguard, em outubro e divulgado nesta terça-feira (12).
O estudo foi dividido em três fases. A primeira utilizou a Lei de Acesso à Informação para obter dados do Banco Central sobre o Mecanismo Especial de Devolução do Pix em 2023. Na segunda fase, foram analisadas 5.000 denúncias atendidas pela Central SOS Golpe, com 60% das vítimas sendo mulheres e 40% homens, além de uma predominância de 71% da classe DE, seguida da classe C (25%) e da classe AB (4%). Em relação à faixa etária, 4% tinham menos de 18 anos; 42%, de 18 a 29; 25%, de 30 a 39; 17%, de 40 a 49; 8%, de 50 a 59; e 5%, mais de 60 anos. A terceira fase consistiu em entrevistas com 16 especialistas em antifraude.
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Golpes mais bem sucedidos
Os golpes mais comuns identificados pelo estudo são: compra de um produto ou serviço de uma loja/perfil falso (45%); falsa oportunidade de multiplicar ou investir dinheiro (15%); e impostor pedindo dinheiro emprestado (10%). Contudo, a ordem dos golpes mais frequentes varia de acordo com a idade e a classe social da vítima.
O primeiro lugar entre os golpes que mais fazem vítimas é ocupado pela compra de produtos ou serviços em lojas ou perfis falsos na internet. Essa modalidade liderou os golpes sofridos com 58% dos menores de 18 anos; 52% do grupo com 18 a 29 anos; 42% das pessoas entre 30 e 39 anos; 41% daqueles com 40 a 49 anos; e 35% dos pesquisados entre 50 e 59 anos.
Em segundo lugar, aparece a falsa oportunidade de multiplicar e investir dinheiro, que ficou nesta posição para 21% dos menores de 18 anos; 16,5% do grupo com 18 a 29 anos; 16% das pessoas entre 30 e 39 anos; e 13% daqueles com 40 a 49 anos.
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Pix é preferido pelos golpistas
O Brasil vive uma nova era dos crimes contra o patrimônio. De 2018 a 2023, os roubos nas ruas caíram e enquanto os estelionatos, especialmente cometidos por meios eletrônicos, aumentaram, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2024) – cenário fortemente relacionado à digitalização das finanças, que favorece os criminosos para a Silverguard.
Os dados coletados pela empresa mostram que a cada dez transações financeiras no país em 2024, nove foram feitas por canais digitais, sendo que 45% delas foram realizadas com Pix, um dos principais meios para aplicar golpes.
Quase 100% (97%) dos golpes com Pix são do tipo APP (authorised push payment fraud), em que o próprio usuário, iludido por uma história muito convincente, acaba transferindo dinheiro diretamente para o fraudador, ou seja, vítima de um golpe de engenharia social.
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Responsabilidade das empresas
Márcia Netto, fundadora da Silverguard, salienta que a responsabilidade sobre esse cenário é de toda a sociedade, incluindo as empresas de diferentes setores, como bancos, redes sociais e telefonia. “Para aplicar golpes, criminosos dependem de uma rede de serviços: registram URLs, contratam hospedagem de sites, anunciam nas redes sociais, utilizam operadoras de telefonia, compram links patrocinados e, também, abrem contas falsas ou laranjas em instituições financeiras. A prevenção de golpes não se resume a validar uma conta na sua abertura.”
Entre as condutas questionáveis, Netto destaca a demora para derrubar contas denunciadas por fraudes. “Uma maneira muito relevante de prevenir um golpe é bloquear uma conta usada por um golpista na primeira denúncia recebida. Porém, como os times de fraude das instituições – sejam financeiras ou de tecnologia – têm receio de falsos positivos, acabam esperando atingir uma volumetria de golpes para analisar o caso e fazer o offboarding dessas contas, expondo milhares de vítimas a golpes que poderiam ter sido prevenidos”, explica.
Outros insights
A análise por idade indicou que idosos com mais de 60 anos perdem quatro vezes mais dinheiro em golpes do que pessoas de 18 a 24 anos, além de serem mais suscetíveis a acreditarem na história de um impostor pedindo dinheiro emprestado ou ajuda – diferentemente da Geração Z, que adquire produtos ou serviços de uma loja ou perfil falso na internet.
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No recorte por classe, a pesquisa mostrou que as vítimas da classe AB perdem, em média, R$ 6.300 por golpe; na classe C, a cifra é de R$ 3.500; e na classe DE, R$ 1.500.
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