Embraer: a escolha da Suécia que fez EMBR3 ter nova alta na Bolsa após brilhar no 3T

Ministério da Defesa da Suécia selecionou o C-390 Millennium como a nova aeronave de transporte tático do país

Felipe Moreira

Logo da Embraer 3/7/2024 REUTERS/Amanda Perobelli/Arquivo
Logo da Embraer 3/7/2024 REUTERS/Amanda Perobelli/Arquivo

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Depois de brilhar no pregão da última sexta-feira, com ganhos superiores a 7% impulsionados por fortes resultados trimestrais, a Embraer (EMBR3) voltou a ser destaque positivo nesta segunda-feira (11), com a Suécia escolhendo o cargueiro C-390 Millennium da Embraer como seu próximo avião militar de transporte. Essa decisão marca o quarto país membro da OTAN e o sexto país europeu a fazer um pedido para essa aeronave multimissão.

Nesta segunda-feira (11), as ações da fabricante de jatos subiram 3,46%, cotadas a R$ 55,65.

O JPMorgan avalia a confirmação como positiva para Embraer, pois reforça a convicção do banco de que o projeto C-390 é um projeto vencedor no nicho de aeronaves multimissão.

Embora o número de aeronaves a ser adquirido não tenha sido divulgado, o JPMorgan acredita que este número deve variar entre 3 e 6 aeronaves (3 com base em notícias anteriores e 6, já que essa é a quantidade de C-130s que a Suécia precisa substituir).

Assumindo a estimativa mais baixa — 3 aeronaves a um preço de lista de US$ 120 milhões — o pedido adicionaria aproximadamente US$ 360 milhões à carteira de pedidos da área de Defesa & Segurança da Embraer, aumentando-a em cerca de 10% em relação ao valor reportado no 3T24 de US$ 3,6 bilhões ou em 9% quando incluído o pedido anterior da República Tcheca de 2 aeronaves C-390, anunciado após os resultados do 3T24.

Além disso, o JPMorgan menciona que pedidos potenciais com base em notícias poderiam adicionar mais US$ 17 bilhões à carteira de Defesa & Segurança da Embraer em um cenário otimista.

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Notícias especializadas no setor aéreo apontaram que o Brasil planeja aumentar seu pedido de aeronaves de combate Gripen E/F em 25% em relação ao pedido original de 36 aeronaves, em um contrato superior a US$ 5 bilhões assinado em 2014. Enquanto isso, a Força Aérea da Suécia precisa substituir até 6 aeronaves C-130 Hercules, e a nova geração do C-130J foi considerada, mas não selecionada, em favor do C-390 da Embraer.

O banco americano reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 59.

O Bradesco BBI avalia que um pedido de três aeronaves C-390 pela Suécia aumentaria o backlog da Embraer em 1,5%. O BBI mantém a recomendação de compra e um preço-alvo de US$ 43 por ADR (recibo de ações negociado na Bolsa de Nova York).

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O BTG Pactual manteve a recomendação de compra e elevou o preço-alvo de R$ 55 para R$ 68, após atualizarem o modelo de valuation para a Embraer, incorporando os resultados do 3T e novas premissas macroeconômicas, incluindo curvas atualizadas de câmbio e taxa de juros.

Apesar das entregas mais fracas na aviação comercial no 3T, os analistas do banco esperam um desempenho forte no 4T (como nos últimos anos) e uma perspectiva positiva para o próximo ano, sustentada pelo momento favorável na indústria de aviação.

“Mesmo após uma forte valorização no acumulado do ano (+103%) — que inclui uma surpreendente alta das ações após a revisão negativa do guidance no 3T — a Embraer é negociada com um desconto de 31% em relação aos pares, o que consideramos injustificado, dado seu forte momento em todos os segmentos (historicamente sem paralelo). Mais do que isso, sabemos que o mercado está favorecendo teses com temas de investimento sólidos de curto prazo e momento de resultados, e comprar Embraer antes do 4T provou ser uma estratégia bem-sucedida no passado”, avalia o BTG, que coloca a companhia como uma das suas top picks em nosso universo de cobertura.

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De 14 casas que cobrem o ADR ERJ, 10 possuem recomendação de compra e 4 de manutenção/neutra, com preço-alvo de US$ 40 (ou alta de 6% em relação ao fechamento).