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Mesmo sem dividendos extraordinários, os proventos anunciados pela Petrobras (PETR3;PETR4) foram acima do esperado, assim como algumas linhas do balanço do terceiro trimestre de 2024 (3T24) da estatal anunciado na noite da última quinta-feira (7).
Isso levou a uma alta dos ADRs (recibo de ações negociado na Bolsa de Nova York) na manhã desta sexta (8), com os ativos PBR (equivalentes aos ordinários, ON) e os PBR/A (equivalente aos preferenciais, PN) subindo entre 1,6% e 1,8%, apesar da sessão de queda do petróleo; na B3, às 10h17 (horário de Brasília), os ativos PETR4 subiam cerca de 1%. Além do dividendo em si, o ânimo do mercado se dá pela expectativa dos próximos eventos da companhia que podem render mais anúncios de proventos – como é o caso do plano de negócios a ser revelado em breve pela estatal.
Sobre o balanço em si, a XP ressalta o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de US$ 11,6 bilhões, queda trimestral de 3%, mas cerca de 4,5% acima do esperado pela casa.
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O lucro líquido de US$ 5,9 bilhões superou as suas expectativas de US$ 4,2 bilhões, ajudado pela variação cambial e ganhos monetários.
O JPMorgan vê um “trimestre sólido, sem ruído, sem surpresas”, com o Ebitda de US$ ficando 2,43% acima do esperado pelo JPMorgan e 2,2% acima do consenso. O trimestre foi marcado por um desempenho muito sólido do negócio upstream (exploração e produção), que superou a projeção do banco americano em 3,3% com Ebitda de US$ 10,5 bilhões. O downstream (refino) sofreu com margens menores de diesel e combustível de aviação.
Um dos grandes destaques fica para o fluxo de caixa livre muito forte em US$ 4,5 bilhões (apoiado pela redução do imposto de renda), anualizando um rendimento de FCF (fluxo de caixa livre) de 21% (FCF após pagamentos de leasing). O capex, por outro lado, saltou 31% ante o 2T24, mas a empresa reiterou que a orientação para o ano inteiro não mudou.
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Proventos em foco
O Itaú BBA reforça a visão positiva, com um sólido fluxo de caixa operacional de US$ 11,3 bilhões (acima de sua estimativa de US$ 9,0 bilhões), beneficiado por uma redução nos pagamentos de imposto de renda e contribuição social, que compensou uma maior concentração de capex (investimento) de US$ 4,5 bilhões neste trimestre (aumento de 31% trimestre a trimestre).
Com isso, a empresa no anúncio de dividendos ordinários de US$ 3,1 bilhões (R$ 17,12 bilhões), acima de sua estimativa e do consenso de mercado de US$ 2,4 bilhões.
Os dividendos adicionais anunciados pela Petrobras de cerca de R$ 1,33/ação (ou US$ 0,47/ADR) representam 3,5% e 3,7% de rendimento (ou dividend yield, dividendo sobre o preço do ativo) sobre as ações ordinárias e preferenciais, respectivamente, melhor também do que expectativa da XP de cerca de 3%. As ações começarão a ser negociadas ex-dividendos em 26 de dezembro e os pagamentos efetivos em dinheiro serão feitos em duas parcelas iguais em 20 de fevereiro e 20 de março de 2025.
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A XP ressalta ter ficado surpresa com o momento dos pagamentos – “isso significa que o governo brasileiro só poderá contar com esses dividendos para os resultados fiscais do próximo ano – e talvez o mesmo se aplique a quaisquer distribuições extraordinárias”, avalia.
Com relação aos dividendos extraordinários, o Itaú BBA aponta que, nas últimas semanas, notou em suas interações com o mercado que a maioria dos investidores mudou suas expectativas de um anúncio neste sentido para o evento do novo Plano Estratégico, previsto para acontecer em 21 de novembro.
Para o Morgan Stanley, a visibilidade de potenciais dividendos extraordinários, juntamente com a publicação do plano de negócios será fundamental para que uma visão mais positiva se materialize. Olhando para os dividendos anunciados, acredita que um provento 30% acima do que projetava será encarado positivamente, sendo que ele foi impulsionado pela forte geração de FCF no trimestre, apesar de um aumento no capex.
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O Bradesco BBI reforça a visão de que o plano a ser revelado dia 21 será amplamente favorável aos dividendos e também espera que a empresa declare provento complementar junto com seu plano a ser pago até o final do ano de 2024. “Nossa estimativa para o dividendo complementar é de US$ 3,6 bilhões (rendimento de 4,2%); no entanto, dado que a Petrobras encerrou o 3T24 com uma posição acima do nível ótimo da empresa de US$ 8 bilhões, acreditamos que há uma chance de que o pagamento possa surpreender positivamente, especialmente dada a atual situação fiscal do Brasil”, avalia.
XP, Bradesco BBI, Itaú BBA, JPMorgan e Morgan Stanley possuem recomendação de compra ou equivalente para os ativos da Petrobras.
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