Mudança climática: Trump “tem de pensar como um habitante do planeta Terra”, diz Lula

As declarações de Lula foram dadas durante uma entrevista concedida pelo presidente brasileiro à jornalista Christiane Amanpour, da CNN americana

Fábio Matos

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República, durante entrevista no Palácio do Planalto (Foto: Reprodução/CNN)
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República, durante entrevista no Palácio do Planalto (Foto: Reprodução/CNN)

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Dois dias depois da vitória do republicano Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o líder americano, cujo novo governo começará em janeiro de 2025, tem de se comprometer com medidas de combate às mudanças climáticas e de preservação do meio ambiente. 

As declarações de Lula foram dadas durante uma entrevista concedida pelo presidente brasileiro à jornalista Christiane Amanpour, da CNN americana. 

Em seu primeiro mandato, Trump teve um governo marcado pelo negacionismo em relação às mudanças climáticas e pela falta de participação dos EUA em iniciativas globais em prol da sustentabilidade. 

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“Todos nós temos de nos responsabilizar pela manutenção do planeta Terra. Nós precisamos garantir que o planeta não sofra com um aquecimento maior do que 1,6 grau. Nós precisamos garantir que os rios continuem saudáveis, com águas limpas. E nós precisamos garantir que os biomas de todos os países sejam preservados”, disse Lula. 

O presidente da República destacou a pujança política, econômica e militar dos EUA, o que confere ao país uma grande responsabilidade diante das demais nações do mundo.

“Eu acredito que o presidente Trump tem de pensar como um habitante do planeta Terra. E como o comandante do mais importante e mais rico país do mundo, que tem a maior tecnologia e que está melhor preparado do ponto de vista bélico”, completou Lula. 

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Donald Trump, que governou os EUA entre 2017 e 2021, foi eleito para um novo mandato após derrotar a atual vice-presidente, Kamala Harris, do Partido Democrata, nas eleições da última terça-feira (5). 

O ex-presidente terminou à frente da adversária tanto no Colégio Eleitoral quanto no voto popular. Em seu governo, a partir de 2025, ele contará com maioria do Partido Republicano no Senado e, provavelmente, também na Câmara. 

De acordo com as últimas atualizações, Trump havia obtido 295 delegados no Colégio Eleitoral – eram necessários 270. Kamala Harris, por sua vez, estava com 226.  

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Lula cumprimentou Trump

Após a confirmação da vitória de Trump, Lula foi às redes sociais, na última quarta-feira (6), e parabenizou o presidente eleito pelo resultado nas urnas.

Em mensagem publicada em sua conta oficial do X (antigo Twitter), Lula afirmou que a democracia “deve ser respeitada” e desejou sorte ao republicano. 

“Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à presidência dos Estados Unidos. A democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada”, escreveu Lula. 

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“O mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade. Desejo sorte e sucesso ao novo governo”, completou o presidente brasileiro. 

Apoio a Kamala

Na semana passada, às vésperas da eleição nos Estados Unidos, em entrevista à emissora de TV francesa TF1Lula havia deixado claro seu apoio à candidatura de Kamala

Na ocasião, o presidente afirmou: “A Kamala ganhando as eleições é muito mais seguro para a gente fortalecer a democracia nos EUA. Nós vimos o que foi o presidente Trump no final do seu mandato, fazendo aquele ataque ao Capitólio, uma coisa que era impensável de acontecer nos EUA, porque os EUA se apresentavam ao mundo como um modelo de democracia. Esse modelo ruiu”. 

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Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”