Confira 55 fundos imobiliários que pagam dividendos acima do CDI com Selic a 11,25%

Maior taxa de retorno com proventos é do HGPO11, com 56,44% no acumulado de 12 meses, seguido pelo HTMX11, com 16,84%,

Lucas Gabriel Marins

Edifício Tower Bridge (à dir.), que pertence a fundo imobiliário, em frente à ponte estaiada, na zona sul de São Paulo (Foto: Lucas Sampaio/InfoMoney)
Edifício Tower Bridge (à dir.), que pertence a fundo imobiliário, em frente à ponte estaiada, na zona sul de São Paulo (Foto: Lucas Sampaio/InfoMoney)

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic em 0,50 ponto percentual, para 11,25% ao ano, nesta quarta-feira (6). Apesar desse aumento, o número de Fundos Imobiliários (FIIs) que oferecem dividendos superiores ao CDI pouco mudou em relação à decisão anterior de política monetária.

O CDI acompanha de perto a Selic e serve de referência para as aplicações de renda fixa. Ele vale sempre entre 0,1 e 0,2 ponto percentual abaixo da taxa básica de juros do Brasil. Portanto, após a última alta da Selic, o CDI foi para 11,15% ao ano.

Levantamento do InfoMoney, feito com dados da Economatica, mostra que 55 FIIs registraram dividend yield (taxa de retorno com dividendos) acima do CDI nos últimos 12 meses. Em setembro eram 56. O estudo considera 114 FIIs que compõem o Ifix, o índice dos fundos mais negociados na Bolsa.

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A maior taxa de retorno com proventos é do HGPO11, com 56,44% no acumulado de 12 meses, seguido pelo HTMX11, com 16,84%, e o CACR11, com 15,80. Confira a lista completa:

CódigoDividend Yield 12 meses (%)Valorização total 12 meses (%) *
HGPO1156,4422,67
HTMX1116,8429,06
CACR1115,8014,26
AIEC1115,42-5,82
MFII1115,2722,84
RZAK1114,956,61
DEVA1114,85-9,88
RZAT1114,6718,61
URPR1114,50-10,60
VSLH1114,1612,88
KIVO1114,160,54
HABT1113,995,05
BCRI1113,717,84
ARRI1113,7112,25
CYCR1113,344,20
VGIR1113,2114,96
KNHY1113,0215,01
HSAF1112,908,06
MANA1112,881,37
TGAR1112,85-6,21
RBRX1112,735,92
TVRI1112,7015,63
PORD1112,581,65
KNUQ1112,5614,83
WHGR1112,492,31
SNFF1112,416,55
MCHY1112,33-10,07
SPXS1112,3313,74
VCJR1112,247,74
CVBI1112,155,81
AFHI1112,1112,19
VGHF1111,96-4,38
XPCI1111,925,59
RECR1111,890,33
KCRE1111,864,93
GTWR1111,794,25
HCTR1111,78-15,80
KNCR1111,7715,25
RBRY1111,705,56
VGIP1111,675,21
OUJP1111,63-4,39
SNCI1111,551,21
BPML1111,543,55
IRDM1111,53-3,29
CLIN1111,522,50
JSAF1111,50-8,31
ZAVI1111,49-5,36
BARI1111,491,97
TEPP1111,484,64
VRTA1111,444,11
BTCI1111,425,71
KNSC1111,3010,11
HGCR1111,244,60
GARE1111,209,72
RZTR1111,18-4,85
Fonte: Economatica
*Valorização da cota + dividendos distribuídos

Qual impacto dos juros nos FIIs?

De acordo com Rafael Ohmachi, sócio e portfólio manager da RB Asset, o aumento da taxa de juros pode gerar impacto tanto nos preços como os rendimentos dos FIIs. “Em relação ao primeiro ponto, os preços tendem a se desvalorizar em parte pela questão do custo de oportunidade com outros investimentos de renda fixa, que tendem a ter melhor competitividade, em função dos juros maiores, levando a uma migração do capital para esses ativos, com resultado no preço das cotas de FIIs”, disse.

A alta da Selic pode impactar negativamente principalmente os FIIs de tijolo alavancados (que utilizam dívidas em sua estrutura), pois o custo de financiamento deles aumenta, o que pode reduzir a rentabilidade e os dividendos. Os produtos não alavancados devem sentir menos o impacto, e os FIIs de papel devem navegar bem.

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O contrato de locação traz uma proteção natural contra inflação aos FIIs de tijolos sem alavancagem. Já para os FIIs de papel, há um efeito que tende a ser positivo, uma vez que muitos desses ativos possuem taxas de remuneração vinculadas ao CDI. Assim, eles tendem a pagar dividendos mais altos quando a taxa de juros sobe.

⁠Como escolher FIIs pagadores de dividendos?

Cassiano Jardim, diretor de investimentos da Barzel Properties, recomenda que investidores priorizem FIIs que ofereçam uma distribuição de rendimentos recorrente e resiliente, além de apresentarem uma boa diversificação de ativos e inquilinos, evitando concentração excessiva.

“É importante dar atenção aos casos de recebíveis oriundos de renda mínima garantida fechado na aquisição do ativo, que muitas vezes criam patamares irreais de renda para determinado ativo.”

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Jardim destaca ainda a importância de observar os cronogramas de vencimento de contratos e as cláusulas revisionais. Por fim, sugeriu que os investidores foquem em gestoras que disponibilizem informações detalhadas sobre o ativo. “Isso permite que o investidor saiba onde está investindo e tome uma decisão consciente sobre o seu capital.”

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