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Com o ensino à distância (EaD) ainda enfrentando ventos contrários de crescimento e perspectivas desafiadoras para o aprendizado online, o Morgan Stanley prefere ficar à margem da maioria dos nomes do setor e prevê resultados positivos apenas para Ser (SEER3) e Cruzeiro do Sul (CSED3) no curto prazo.
A SEER3 teve a recomendação elevada para equivalente à compra, viu as ações fecharem com queda de 1,86% (R$ 6,87) por conta da aversão ao risco geral do mercado na sessão, mas chegaram a uma máxima de R$ 7,55 (+7,86%). Já a ANIM3 teve a recomendação cortada de compra para neutro e caiu mais, 9,02%, a R$ 2,32.
A equipe de research do banco destaca que a Ser superou seus pares, sendo uma das poucas a entregar boas notícias em meio a fraqueza do setor. No entanto, analistas acredita que o mercado pode estar subestimando o lado positivo criado no 3T24 (420 novos assentos médicos, forte admissão, preços médios mais altos), o que deve marcar um novo ciclo de crescimento e desempenho superior para a Ser.
Para os analistas, a Cruzeiro do Sul também deve coletar benefícios dos anos de forte admissão e investimentos recentes em eficiência de custos, apoiando a receita e a expansão da margem. Além disso, eles afirmaram gostar de ambos os nomes por serem menos expostos a excessos de regulamentação do EaD, conseguirem aumentar as matrículas no campus de forma sustentável e balanços patrimoniais limpos, apesar da baixa liquidez das ações.
Com isso, o Morgan elevou a recomendação para Ser de neutro para equivalente à compra e o preço-alvo de R$ 6 para R$ 8,50. O banco também tem recomendação de compra para Cruzeiro do Sul, mas rebaixou o preço-alvo de R$ 5 por R$ 4,50.
Ânima (ANIM3)
Por outro lado, o Morgan rebaixou a recomendação da Ânima (ANIM3) de compra para neutro, uma vez que a sequência de bons resultados da companhia pode estar perto do fim.
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O banco lembra que a expansão do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi fortemente impulsionada pela redução da estrutura de custos no 3T23. Agora, sem suporte da linha superior, expandir as margens se torna mais difícil.
Além disso, segundo Morgan, dividendos e aumento das taxas de juros adicionam pressão à alavancagem e ao resultado final.
O banco ainda parabeniza os esforços do novo CEO para recuperar o crescimento. No entanto, acredita que o momento de matrículas é negativo, então a recuperação pode ser um processo de vários anos.
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Cogna (COGN3)
O Morgan espera um terceiro trimestre positivo para Cogna, puxado pelo desempenho sólido da Kroton que deve gerar reações positivas (entrada razóavel, crescimento de dois dígitos, importante melhoria de margem), parcialmente compensado por um trimestre fraco para a Saber (adiamentos nas compras do PNLD) e Vasta (sazonalidade desfavorável e nenhuma venda B2G).
O banco manteve recomendação neutra para Cogna e cortou preço-alvo de R$ 1,90 para R$ 1,70.
Yduqs (YDUQ3)
O Morgan Stanley manteve recomendação neutra para Yduqs e elevou preço-alvo de R$ 13 para R$ 13,50, apesar de projetar um resultado misto para companhia no terceiro trimestre.
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De acordo com relatório, os impulsionadores da receita ainda são desanimadores: fraca entrada (para EaD e agora também para presencial) e declínio dos preços médios. Portanto, as margens também têm catalisadores limitados.
Por outro lado, o banco espera que as vagas premium carreguem os resultados e compense a queda em presencial/digital. Os esforços de gerenciamento de passivos também devem permitir uma expansão do lucro líquido. “Resultados mistos obscurecem a potencial reação do mercado aos resultados: olhando para as operações, o cenário não é inspirador para os lucros do próximo ano, mas a melhoria dos lucros no 3T24 pode aumentar o lucro por ação de consenso de curto prazo”, explicam analistas.