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LONDRES (Reuters) – Investidores de todo o mundo estão se voltando para o dólar e apostando no aumento da volatilidade antes de duas semanas cruciais, nas quais os Estados Unidos escolherão um presidente, o Japão enfrentará paralisia política, três grandes bancos centrais definirão as taxas de juros e o novo governo do Reino Unido apresentará seu orçamento.
A moeda norte-americana atingiu o maior valor em três meses na semana passada, em resposta à força da economia dos EUA e à possível vitória do ex-presidente republicano Donald Trump na eleição de 5 de novembro.
Enquanto isso, medidas derivadas de contratos financeiros chamados opções, que são usados para se proteger contra oscilações no mercado, mostram que os investidores estão prevendo um salto na volatilidade da moeda e dos títulos ao longo do próximo mês.
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Ainda assim, as ações permanecem em geral calmas devido aos fortes dados e balanços dos EUA, embora o índice VIX de oscilações esperadas do mercado acionário esteja acima de sua média de 2024, sinalizando uma possível turbulência no futuro.
“Teremos duas semanas bastante incríveis e voláteis”, disse Ales Koutny, chefe de taxas internacionais da Vanguard, que afirmou ter vendido alguns ativos em favor de dinheiro.
“Vamos começar a ter um aumento da volatilidade, e isso só vai se acalmar na semana após a eleição (dos EUA).”
TRUMP
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Trump está lado a lado com a vice-presidente democrata Kamala Harris nas pesquisas.
No entanto, investidores estão seguindo as deixas dos mercados de apostas, onde as probabilidades mudaram a favor de Trump.
O dólar subiu mais de 3% até o momento em outubro, enquanto os rendimentos dos títulos avançavam na direção de máximas de três meses, em parte porque os mercados estão se preparando para tarifas potencialmente mais altas dos EUA sinalizadas por Trump, caso ele vença, o que poderia aumentar a inflação e forçar o Federal Reserve a manter os juros mais altos.
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As preocupações ajudaram a levar um indicador da volatilidade esperada para o euro no próximo mês ao seu nível mais alto em 18 meses.
“Mudamos o portfólio para uma posição defensiva”, disse James Athey, gerente de portfólio de renda fixa da Marlborough, acrescentando que ele espera que o dólar suba ainda mais e reduziu sua exposição à dívida do governo dos EUA em favor dos títulos alemães.
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Na semana passada, especuladores nos mercados de câmbio começaram a apostar em um aumento do dólar pela primeira vez desde o final de agosto, mostraram dados da Commodity Futures Trading Commission na sexta-feira.
Os mercados podem estar subestimando os riscos apresentados pela geopolítica e pelas eleições iminentes, alertou o Fundo Monetário Internacional nesta semana.
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FORÇA DOS EUA
O maior impulsionador do dólar, no entanto, tem sido a força econômica incessante dos EUA. Dados de empregos, números de vendas no varejo e de pedidos de auxílio-desemprego mais fortes do que o esperado fizeram com que os investidores diminuíssem suas apostas de corte nos juros pelo Federal Reserve.
Os dados de empregos para outubro em 1º de novembro podem ser um ponto crítico – alimentando a decisão do Fed sobre a taxa de juros seis dias depois, para a qual os investidores agora esperam um corte de 25 pontos-base nos juros, tendo visto anteriormente uma forte chance de uma segunda redução de 50 pontos.
Os rendimentos dos títulos têm oscilado à medida que os investidores se esforçam para julgar o Fed, levando uma medida da volatilidade esperada no mercado de 27 trilhões de dólares a picos de 10 meses.
E o índice CBOE Skew, que mede a demanda por contratos financeiros chamados de opções que pagam quando as ações sofrem grandes quedas, está próximo dos níveis que normalmente sinalizam ansiedade. De modo geral, as ações permanecem relativamente calmas.
Os fortes lucros de empresas como a Tesla mantiveram o mercado acionário calmo, disse Oliver Blackbourn, gestor de múltiplos ativos da Janus Henderson, bem como os dados robustos dos EUA.
O gestor de renda fixa da Artemis Liam O’Donnell disse que comprou Treasuries de cinco anos nos últimos dois dias e que achava que os mercados estavam exagerando sobre quanto os juros dos EUA permaneceriam altas caso Trump vencesse.
PESQUISAS, POLÍTICA
A política e o banco central do Japão também são importantes, depois que um aumento de juros e a alta do iene ajudaram a provocar o caos nos mercados de todo o mundo em agosto.
O iene caiu para o nível mais baixo em três meses, em torno de 153 por dólar, nesta segunda-feira, depois que o Partido Liberal Democrático do Japão perdeu sua maioria parlamentar nas eleições de domingo, colocando a composição do governo em mudança e fazendo com que os investidores apostassem que novos aumentos nas taxas de juros são agora menos prováveis.
A expectativa é de que o Banco do Japão mantenha os juros em 31 de outubro, e os operadores ficarão atentos a indicações que possam mudar o iene, que caiu quase 9% desde meados de setembro.
Enquanto isso, o governo trabalhista do Reino Unido apresenta seu primeiro orçamento na quarta-feira, depois de ter conquistado o poder em julho, antes da decisão sobre a taxa de juros do Banco da Inglaterra em 7 de novembro.
Os rendimentos dos títulos do governo britânico subiram acentuadamente na quinta-feira, depois que a ministra das Finanças, Rachel Reeves, disse que mudaria as regras fiscais para permitir que tome mais empréstimos para investir.