Desidratação: Entenda os riscos que você não pode ignorar para seu corpo

Água está conectada a diversos sistemas do corpo, como digestão, circulação e desempenho cerebral; confira o que os especialistas recomendam

Victória Anhesini

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Todo mundo sabe a importância de beber água e se manter devidamente hidratado, e esse conhecimento é incontestável. Por outro lado, há quem tenha dificuldade em entender os “comos” e “porquês” da hidratação.

Segundo a médica nutróloga e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia, Marcella Garcez, a água é vital para quase todas as funções biológicas. “A água age da regulação da temperatura corporal, à digestão, eliminação de toxinas, transporte de nutrientes e oxigênio, além de lubrificar as articulações”, disse.

Ronaldo José Pineda Wieselberg, endocrinologista do Hospital Santa Isabel, acrescenta que, além de auxiliar na eliminação de resíduos metabólicos através da urina, suor e fezes, sem uma hidratação adequada, todos os grandes processos fisiológicos do corpo humano podem se tornar ineficientes.

Água e os sistemas do corpo

Os especialistas destacam que a água afeta diretamente alguns dos sistemas essenciais do corpo, como o aparelho digestivo, por exemplo, em que o líquido é necessário para a produção de saliva e sucos gástricos, que auxiliam no processamento dos alimentos.

“Também facilita o trânsito intestinal, prevenindo a constipação”, explica Garcez.

Wieselberg ressalta que a boa hidratação é fundamental para o sistema circulatório, pois é a água que mantém o volume sanguíneo em níveis adequados. Ou seja, caso haja desidratação, há risco de sobrecarregar o coração e prejudicar a circulação, essencial para o transporte de oxigênio e nutrientes para todas as células.

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Outro ponto crucial é o impacto da desidratação no cérebro. Segundo o endocrinologista, a desidratação pode levar a prejuízos de concentração, fadiga, dores de cabeça e prejuízos na memória.

“Muitas vezes, as pessoas relatam um cansaço sem causa aparente, que, na verdade, pode ser resultado de ingestão insuficiente de água.”

De acordo com uma médica nutróloga, a água também é necessária para o bom funcionamento renal, excreção de resíduos pelo suor e urina, e mantém as mucosas e a pele hidratadas.

Em relação à pele, é importante evitar o ressecamento durante períodos de climas secos ou de maior tempo sob ou sol, já que a pele perde água mais rapidamente, tornando-se mais suscetível a rachaduras e inflamações.

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Por isso, além de cuidar da ingestão de água, é importante proteger a pele especialmente com o uso de cremes hidratantes e protetor solar.

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Regulação da temperatura corporal

Manter a hidratação também significa garantir um ajuste da temperatura corporal adequada, o que pode ser problemático especialmente durante atividades físicas ou exposição prolongada ao sol.

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Além disso, durante os exercícios, o corpo produz calor adicional que precisa ser dissipado para manter a temperatura interna estável, de acordo com Wieselberg. Esse mecanismo é acionado através da sudorese, pois a água do suor evapora da pele, ajudando a resfriar o corpo.

“Manter-se melhorar hidratado garante que esse mecanismo funcione de maneira eficiente, prevenindo a hipertermia e mantendo o volume sanguíneo necessário para uma circulação eficaz”, completou.

Como manter a hidratação durante ondas de calor?

O Ministério da Saúde explica que ondas de calor são eventos climáticos caracterizados por temperaturas elevadas, geralmente acima do nível considerado normal para uma região ou época do ano. Além disso, esses períodos de calor intenso podem durar dias ou semanas.

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Segundo dados do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (LAPIS), divulgados pela CNN Brasil, já ocorreram nove ondas de calor em 2024 no país, com temperaturas atingindo médias históricas de 1991 a 2020 no Brasil.

A hidratação é essencial especialmente nesses momentos, e, por isso, medidas específicas devem ser tomadas. Durante ondas de calor, o risco de desidratação aumenta consideravelmente. “Beber água regularmente ao longo do dia, mesmo sem sentir sede, é fundamental”, afirma Wieselberg.

Além disso, ele recomenda o consumo de alimentos ricos em água, como melancia, pepino e alface, além de bebidas isotônicas em casos de grande perda de líquidos.

Marcella reforça que “evitar bebidas alcoólicas e com cafeína também é importante, pois elas podem acelerar o processo de desidratação”.

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“Essas práticas não apenas garantem a reposição dos líquidos perdidos, mas também fornecem eletrólitos e nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo durante períodos de calor extremo”, afirmou o endocrinologista.

Os especialistas concordam que adotar hábitos simples, como vestir roupas leves, evitar a exposição ao sol nas horas mais quentes e manter uma garrafa de água sempre por perto, pode fazer uma grande diferença, especialmente em dias de calor intenso.

Essas práticas ajudam a garantir que o corpo mantenha seu equilíbrio hídrico, evitando complicações que, em muitos casos, podem ser graves.

Sinais de desidratação e como identificá-los

Os sinais iniciais de desidratação são frequentemente conhecidos, mas, segundo os especialistas, tendem a ser ignorados.

“Os primeiros sinais de desidratação muitas vezes passam despercebidos pelas pessoas, como a sensação de sede, boca seca, urina de cor mais escura, fadiga leve e dores de cabeça.”

A nutróloga alerta que, caso a desidratação persista, os sintomas se agravam, levando a cãibras musculares, fadiga intensa, desorientação, confusão mental, baixa pressão arterial, frequência cardíaca elevada, desmaios e, nos casos graves, insuficiência renal aguda.

Wieselberg concorda e acrescenta que os sintomas de desidratação podem ser confundidos com outras condições, como hipoglicemia ou exaustão por calor.

Infecções virais ou bacterianas, distúrbios endócrinos como o diabetes e até problemas cardíacos também podem estar relacionados.

O especialista explica que estar atento à ingestão de água é essencial, assim como observar a cor da urina, que deve ser clara ou levemente amarelada.

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