Reformas ajudam no crescimento do PIB, mas a Previdência já pressiona, diz Meirelles

Ex-ministro da Fazenda no governo Michel Temer, quando reformas estruturais foram feitas, afirma que a administrativa exige muita determinação

Augusto Diniz

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Ex-presidente do BC e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles concorda com boa parte do mercado de que o crescimento do PIB apresentado em 2023 e o desempenho deste indicador nesse ano, ambos com resultados acima dos projetados inicialmente por economistas, têm sido positivos.

“Todas as reformas que foram feitas estão permitindo que o país cresça um pouco mais”, diz ele, que foi responsável – durante o governo de Michel Temer – por algumas reformas consideradas importantes pelo mercado com reflexo nos dias de hoje.

Para ele, a melhora do rating do Brasil dado pela agência Moody’s tem muito a ver com o crescimento econômico registrado nos últimos anos. Mas Meirelles já vê necessidade de mexer novamente na Previdência, gestada no governo Temer por forte influência sua.

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Brasileiro vive mais

“O problema da reforma da previdência é que felizmente a expectativa de vida dos brasileiros está aumentando. Então as pessoas vivem mais, em média. Com isso, tem cada vez mais gente aposentada e isso pressiona a conta pública”, afirma Henrique Meirelles, que participou do episódio 260 do programa Stock Pickers, com apresentação de Lucas Collazo e Henrique Esteter.

“Mas foi necessária a reforma da Previdência. Foi fundamental”, diz. Ele conta que quando esteve discutindo o assunto na época, em uma comissão da Câmara Federal, se deparou com um “deputado muito contra”, que o questionava sobre qual resposta daria ao seu eleitor por conta das mudanças propostas na Previdência.

Contradição

Numa certa altura da audiência, o referido deputado pediu desculpas a Meirelles porque tinha que deixar a sala para outro compromisso.

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“Mas eu perguntei (ao deputado) porque estava saindo de uma reunião tão importante. Ele respondeu: ‘Vou numa festa dada por uma amiga que está comemorando 20 anos de aposentada’. Eu disse então ao deputado: o senhor acabou de ganhar a discussão para mim”, brincou.

Uma das propostas da reforma na época era justamente evitar o pagamento de aposentadoria por período muito longo, sem que a contribuição fosse correspondente.

Ele disse que a reforma administrativa é também necessária. “Mas é um problema porque tem que cortar muita coisa”, afirma ele.

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Meirelles lembra que o governo de São Paulo fez uma reforma administrativa que gerou um saldo positivo de R$ 53 bilhões em 2022.  “Isso no âmbito do governo federal seria muito maior e haveria bastante interesse”, destaca.

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