Comércio exterior da América Latina e Caribe terá superávit este ano, diz Cepal

O melhor desempenho das exportações de bens e serviços em comparação com as importações produzirá um superávit comercial regional neste ano de mais de US$ 36 bilhões, ante um déficit de US$ 26 bilhões em 2023

Reuters

Porto de Manzanillo, no México - 07/2024 (Foto: Toya Sarno Jordan/Reuters)
Porto de Manzanillo, no México - 07/2024 (Foto: Toya Sarno Jordan/Reuters)

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Santiago (Reuters) – O comércio de bens e serviços da América Latina registrou maior dinamismo anual no primeiro semestre de 2024, o que levará a região a se recuperar neste ano do fraco resultado obtido em 2023, de acordo com um relatório divulgado nesta quarta-feira (23) pela Cepal.

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe informou que o aumento anual do valor das remessas na primeira parte do ano avançou 5% e superou as importações, que tiveram aumento de 1%. As exportações de serviços (+11%) aumentaram mais do que os embarques de mercadorias (+4%).

Para todo o ano de 2024, “o valor das exportações de bens da região crescerá 4%, como resultado de uma expansão de 5% no volume e uma queda de 1% nos preços”, disse a agência em seu relatório.

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“Esse bom desempenho se deve principalmente a um aumento nas quantidades exportadas de petróleo, soja e outras commodities, enquanto as exportações de produtos manufaturados continuam atrasadas e perdem peso no próprio mercado da região diante da crescente concorrência da Ásia”, detalhou.

O valor das exportações regionais de serviços crescerá a taxas de dois dígitos (12%) pelo quarto ano consecutivo em 2024. Enquanto isso, espera-se que o valor das importações cresça 2% neste ano.

O melhor desempenho das remessas de bens e serviços em comparação com as importações produzirá um superávit comercial regional neste ano de mais de US$ 36 bilhões, em comparação com um déficit de US$ 26 bilhões em 2023.

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O documento detalhou que o valor das remessas das duas maiores economias da região, Brasil e México, crescerá 3% e 2%, respectivamente.

No Caribe, o volume exportado subirá 24%, impulsionado pelo aumento notável no volume de remessas da Guiana (74%) e do Suriname (12%), de acordo com a Cepal. Na América do Sul, destacam-se os aumentos no volume de exportações de produtos agrícolas, como soja, milho e trigo.

Enquanto isso, o aumento no valor das remessas do México e da América Central — geralmente mais intensos em manufatura — está abaixo da média regional, com ligeiros aumentos em volume e preço.

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A Cepal projeta que os maiores aumentos no valor das exportações em 2024 ocorrerão na Guiana (77%), Venezuela (38%), Argentina (21%) e Suriname (18%).

A agência da Organização das Nações Unidas (ONU) disse que, no período de janeiro a agosto deste ano, o índice de preços das principais commodities exportadas pela região caiu 2,1% em relação ao ano anterior.

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