Com pagamento de precatórios, aumento da renda disponível às famílias tem alta

XP previa inicialmente pagamento esse ano de precatórios no valor de R$ 35 bilhões, mas estimativa agora ultrapassa R$ 50 bilhões

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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Tiago Sbardelotto, economista da XP, participou nesta quarta (23) do programa Morning Call da XP, e disse que a renda disponível às famílias, passou esse ano de 4,5%, estimados anteriormente, para um crescimento de 6,8% em termos reais acima da inflação.

Segundo o analista, o pagamento de precatórios deve contribuir com 1 ponto percentual (p.p.) com esse crescimento da renda disponível às famílias. É que a XP previa o pagamento de precatórios pelo governo no valor inicial de R$ 35 bilhões, mas refez os cálculos e o repasse deve agora ultrapassar R$ 50 bilhões esse ano.

“Quando a gente fala de renda real disponível às famílias, estamos tratando de toda renda que sobra para as famílias no final do mês. É a renda que entra, por exemplo, do trabalho, como salários e benefícios, e aquela renda que vem de transferências do governo, como pagamento de previdência, transferência de assistência social, Bolsa Família, etc.”, explicou.

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Impulso na economia

Para o economista, a renda disponível às famílias talvez seja o principal impulsionador do crescimento esse ano da economia. “Quanto mais renda disponível às famílias, maior o consumo”, comentou.

Ele destacou também que o mercado de trabalho está bastante aquecido, conforme mostra dados da população ocupada. Sbardelotto explica que isso é um componente importante também para o aumento da renda disponível às famílias.

“Mas somente essa evolução do mercado de trabalho não seria suficiente para explicar todo esse crescimento. A gente teve uma contribuição muito importante das chamadas despesas fiscais, da transferência do governo às pessoas”, afirmou.

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Renda das famílias deve desacelerar

“Chamo a atenção para as transferências relacionadas à previdência, que cresceram bastante ao longo desse ano. Essas transferências foram impulsionadas por um salário mínimo mais alto, mas também o crescimento muito forte do número de beneficiários, e também o aumento das transferências de assistência social”, disse.

Tudo isso, segundo o analista, reforça o cenário de crescimento do PIB de mais de 3% esse ano. “Mas, por outro lado, o crescimento ano que vem deve ser menor porque essa renda disponível às famílias vai desacelerar, com crescimento de apenas 3%, de acordo com nossas estimativas. Isso vai levar ao crescimento menor do consumo”, avaliou. O PIB estimado para a XP ano que vem é de 1,8% – esse ano, a casa estima crescimento de 3,1%.

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