4 apostas positivas e 1 negativa de ações para os balanços do 3T24, segundo o Morgan

Banco tem visão positiva para o 3T24 de Eletrobras, JBS, Renner e Ser, enquanto acha que Fleury pode decepcionar

Lara Rizério

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Com a proximidade do início da temporada de resultados do terceiro trimestre de 2024 (3T24), analistas de mercado fazem as suas apostas para as empresas e quais ações operar no período – tanto com posições compradas (long) quanto posições vendidas (short, que apostam na queda dos ativos).

O Morgan Stanley espera que um grupo diversificado de ações se destaque nos setores de serviços públicos (utilities, como energia e saneamento), alimentos e bebidas, transporte, educação e varejo neste trimestre;. no lado negativo, o banco tem uma aposta entre as brasileiras do setor de saúde.

Entre as brasileiras, o banco americano destaca 4 nomes que podem trazer possíveis catalisadores positivos. São elas: Eletrobras (ELET3;ELET6), JBS (JBSS3), Lojas Renner (LREN3) e Ser Educacional (SEER3); enquanto isso, acha que a Fleury (FLRY3) pode decepcionar no 3T24.

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Veja abaixo as teses do Morgan Stanley para as ações:

Convicções positivas

  1. Eletrobras (ELET3;ELET6) – resultado em 6 de novembro

A Eletrobras oferece uma boa combinação de iniciativas de criação de valor e avaliação atrativas, que deve render resultados sólidos em 2024/25, diz o banco. Além disso, os preços da energia começaram a se recuperar gradualmente, e o Morgan espera que esse processo continue. A Eletrobras deve seguir um manual de criação de valor, incluindo: maximizar retornos, mitigar riscos e alocar capital com sabedoria.

O Morgan espera que o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado do 3T24 supere o consenso da Bloomberg em cerca de 20%, apoiado principalmente por: i) execução contínua de recuperação em despesas administráveis ​​e gerenciamento de passivos; ii) ganho de caixa único na usina hidrelétrica de Tucuruí que deve gerar cerca de R$ 1,3 bilhão de receitas no trimestre, o que parece não estar refletido nas estimativas de consenso.

O banco vê alta para a empresa (execução de recuperação positiva e ganho de caixa único), preços fortes e preços de combustível mais baixos, melhorando a eficiência operacional.

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2. JBS (JBSS3) – resultado em 13 de novembro

O banco espera que a JBS entregue melhor geração de Ebitda/Fluxo de Caixa Livre para o Acionista (FCFE) em 2024 (R$ 35,6 bilhões e cerca de 15% de rendimento de FCFE), pois a maioria das divisões deve melhorar em comparação a 2023 (principalmente PPC e Seara). Além disso, a potencial listagem nos EUA pode trazer benefícios adicionais na forma de uma base de investidores mais ampla e menor custo de capital, enquanto o desconto para o múltiplo da Tyson pode eventualmente começar a diminuir.

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O banco espera um forte Ebitda do 3T para a JBS (R$ 10,2 bilhões, quase dobrando na base anual), mas vê riscos de alta, principalmente na divisão de frango dos EUA (spreads da indústria melhores do que o esperado até o final do trimestre) e na JBS Brasil (maior lucratividade da carne bovina com um real mais fraco e preços de exportação mais altos). Também acredita que a conversão/geração de caixa do 3T possa surpreender o mercado positivamente, desalavancando ainda mais seu balanço (dívida líquida/Ebitda mais próximo de cerca de 2 vezes versus 2,8 vezes no 2T).

3. Lojas Renner (LREN3) – balanço em 7 de novembro

O banco destaca que recentemente elevou a recomendação para as ações da Lojas Renner, ao ver um ciclo de ROIC (Retorno de capital investido) em melhora. Em meio a um cenário de taxas mais altas por mais tempo, o banco vê histórias de baixa alavancagem e micro como melhores, e a Renner se encaixa nos principais pilares da sua preferência de investimento. Isso inclui uma posição de caixa líquido e catalisadores para a margem à medida que seu novo centro de distribuição ganha força e os custos de execução dupla reduzem. Além disso, à medida que a Renner começa a aumentar seletivamente a emissão de crédito de marca própria, isso pode dar suporte às vendas.

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O banco prevê que a receita de varejo da Renner cresça 11% ano a ano no 3T24, com alta de 10% de vendas nas mesmas lojas. Embora a previsão de receita do Morgan esteja 1% abaixo do consenso e sua estimativa de comparação esteja em linha, acredita que o recente momento na indústria de vestuário do Brasil (vendas no varejo +7,6% em média em julho/agosto em uma base nominal) impulsiona os ativos.

“Nossa modelagem de vendas aponta para uma contribuição positiva do crescimento da indústria, o impacto da emissão de crédito e o desempenho operacional melhor. Em meio a um cenário em que vemos atividade promocional racional e controle de despesas operacionais do aumento do centro de distribuição, esperamos que o crescimento do lucro líquido (+21% na base anual) supere o crescimento das vendas”, diz o Morgan.

Assim, embora as ações tenham se recuperado das mínimas acumuladas no ano, o banco vê uma distorção positiva de risco-recompensa para o resultado, pois acredita que o 3T pode fornecer evidências de que a Renner está retornando a um perfil de crescimento mais consistente e composto.

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4. Ser Educacional (SEER3) – 12 de novembro

A Ser tem se beneficiado de um ciclo positivo, avalia o Morgan, dado o desempenho sólido de admissão em 2024, aumento de margem por meio da otimização de custos e imóveis e novas vagas médicas.

O 3T24 deve marcar um novo ciclo na história da Ser com a abertura de 420 novas vagas médicas (algumas pendentes de credenciamento do MEC) e mais aumento de margem por meio da otimização de custos, diz o banco.

As expectativas do consenso de mercado são maiores do que o banco, mas ele avalia que, mesmo que os resultados venham alinhados com as suas previsões (10% abaixo do Ebitda de consenso), representariam uma grande melhoria ano a ano (Ebitda acima de +15%) e potencialmente um desempenho muito melhor em relação aos pares.

Convicção negativa

  1. Fleury (FLRY3) – balanço em 7 de novembro

O banco acredita que a empresa já vem operando melhor do que seus concorrentes, ganhando participação de mercado e otimizando custos. Além disso, as sinergias potenciais da fusão com a Pardini parecem estar precificadas, diz o Morgan. Portanto, acredita que surpresas positivas são menos prováveis ​​e não vê potenciais catalisadores.

Os resultados do Fleury 3T24 devem ser impactados por uma base de comparação difícil. Não apenas o 3T24 teve um número menor de dias úteis, mas também o 3T23 apresentou margens fortes e expansão de receita. “As expectativas do mercado ainda parecem otimistas neste momento, portanto, acreditamos que pode haver uma surpresa negativa durante o trimestre ou os números de consenso devem eventualmente cair nas semanas seguintes”, avalia.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.