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O Goldman Sachs iniciou cobertura da ação da Marfrig (MRFG3), que já subiu 41,5% no acumulado do ano, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 18,10 (ou potencial de alta de 32% em relação ao fechamento de quinta-feira), devido a perspectivas de um balanço patrimonial mais saudável e carne bovina nos EUA melhor do que o previsto, além de uma carteira forte na América do Sul. Com isso, os ativos MRFG3 subiram 5,97%, a R$ 14,55, na sessão desta sexta-feira (18).
Analistas explicam que a recente performance de preço do papel tem sido impulsionada exclusivamente pela BRF (BRFS3), enquanto o segmento de carne bovina desvalorizou-se em cerca de 34% desde 2022, devido a preocupações persistentes com o setor de carne bovina nos EUA e a situação financeira da empresa. Para eles, a alavancagem do grupo atinja o ponto de inflexão e melhore significativamente nos próximos 18 meses.
Segundo o relatório, a National Beef, controlada da Marfrig, pode continuar entregando um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) positivo e fluxo de caixa livre e, portanto, continuar distribuindo dividendos em 2025 e 2026.
Além disso, o Goldman Sachs acredita que Brasil deve continuar se beneficiando da boa disponibilidade de animais e do poder de precificação razoável, pois a recente otimização da carteira aumentou a penetração de produtos de marca e de valor agregado na carteira doméstica da Marfrig para 40 a 50%.
Já para BRF, os analistas comentam que o frigorífico vive um bom momento e espera que retome a distribuição de dividendos em neste ano ou em 2025.
Com relação aos desinvestimentos, o Goldman disse que as recentes aprovações antitruste devem permitir que a maioria das vendas de ativos em curso para a Minerva seja concluída até o final do ano.
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No futuro, os analistas esperam que uma alavancagem melhor seria o principal catalisador de curto prazo para apoiar o desempenho positivo do preço, enquanto uma maior visibilidade em relação aos balanços patrimoniais em nível de segmento poderia resultar em uma possível reavaliação a médio prazo (a carne bovina da Marfrig atualmente negocia na extremidade inferior dos pares globais a 4,3 vezes o Ebitda).
Além disso, conforme o relatório, uma potencial atividade corporativa do acionista controlador da Marfrig (por exemplo, recompras) e/ou relacionada à BRF (por exemplo, mudanças na participação da Marfrig) poderia oferecer mais potencial de alta.
O banco ainda cita evidências de que os criadores começaram a reconstruir o rebanho. Ciclos de retenção passados geralmente aconteciam em meio a uma combinação de variáveis que incluem não apenas a oferta limitada de novilhos, mas também custos de ração atraentes, condições climáticas favoráveis e taxas atraentes. As perspectivas encorajadoras para a safra 2024-25, juntamente com volumes de chuva melhores em regiões-chave e, mais recentemente, expectativas de novos cortes de taxas, na avaliação do Goldman, oferecem todas as condições necessárias para os criadores iniciarem um novo ciclo de reconstrução do rebanho.
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Os dados recentes sugerem que esse movimento tem sido mais proeminente desde julho de 2024 (apesar de ainda ser bastante volátil, como visto no final de setembro), implicando que, mantendo-se tudo igual, o fornecimento de gado poderia potencialmente se tornar positivo até meados de 2027.