BCE corta os juros em 0,25 ponto e diz que desinflação na região está no bom caminho

A taxa sobre os depósitos ficou em 3,25%, enquanto a taxa de refinanciamento caiu para 3,40% e a taxa de empréstimos foi cotada para 3,65%

Roberto de Lira

Sede do Banco Central Europeu em Frankfurt - 18/07/2024 (Foto: Jana Rodenbusch/Reuters)
Sede do Banco Central Europeu em Frankfurt - 18/07/2024 (Foto: Jana Rodenbusch/Reuters)

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Como esperado, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu nesta quinta-feira (17) fazer um novo corte de 0,25 ponto percentual nas principais taxas de juros da região. A taxa sobre os depósitos ficou em 3,25%.

A taxa de juro das principais operações de refinanciamento ou taxa “refi” (que determina o preço que os bancos pagam quando pedem dinheiro emprestado ao Banco Central Europeu) também teve um corte de 25 pontos base, situando-se em 3,40%.

A diferença entre as duas taxas estava fixada em 50 pontos-base há anos e o BCE anunciou planos em março para reduzir a diferença para 15 pontos-base a partir de setembro, em um movimento que pode reacender os empréstimos entre bancos.

A taxa de empréstimos também foi reduzida em 25 pontos base, de 3,90% para 3,65%.

O comunicado do BCE comentou que o processo de desinflação na região está no bom caminho e que as perspectivas de inflação também são afetadas por recentes surpresas negativas nos indicadores de atividade econômica. “Enquanto isso, as condições de financiamento permanecem restritivas.”

“Espera-se que a inflação suba nos próximos meses, antes de cair para a meta [de 2%] no decorrer do próximo ano. A inflação doméstica continua alta, pois os salários ainda estão subindo em ritmo elevado. Ao mesmo tempo, as pressões sobre os custos da mão de obra deverão continuar a diminuir gradualmente, com os lucros a amortecerem parcialmente o seu impacto sobre a inflação”, diz o texto.

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O Conselho do BCE disse ainda que manterá as taxas de política monetária suficientemente restritivas durante o tempo necessário para atingir seu objetivo de levar a inflação à meta e que continuará a seguir uma abordagem baseada em dados e de reunião a reunião para determinar o nível e a duração apropriados dess restrição.

Os diretores reformaram no comunicado que suas decisões sobre as taxas de juro vão se basear na avaliação das perspectivas de inflação à luz dos dados econôicos e financeiros disponibilizados, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária.

Foi repetido que o Conselho do BCE não está se comprometendo previamente com uma trajetória de taxa específica.