Por que a CSN venderá até 11% da CSN Mineração e o quanto ela pode ganhar com isso?

Analistas ainda esperam por mais detalhes para operação, mas veem como positiva para redução da alavancagem

Equipe InfoMoney

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A CSN (CSNA3) anunciou na manhã desta quarta-feira (16) a aprovação de uma proposta não vinculante com a Itochu Corporation para a venda de participação minoritária de até 11% na CSN Mineração (CMIN3) para a empresa japonesa.

O fechamento do negócio está sujeito à aprovação final da CSN e da Itochu, bem como do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A CSN não espera nenhuma mudança na estrutura de governança e controle da CSN Mineração.

Mas o que motivou a venda da fatia e o que representa para CSN e CSN Mineração?

O Bradesco BBI nota que a CSN já vinha sinalizando ao mercado sua intenção de vender uma participação minoritária na CSN Mineração.

“Embora acreditemos que qualquer transação seria feita com um prêmio em relação aos preços atuais das ações CMIN3, nenhum detalhe sobre o valuation foi divulgado por enquanto – esperamos que mais detalhes sejam divulgados após as aprovações mencionadas, o que pode levar entre 1 e 2 meses. Por fim, mesmo considerando que não há prêmio sobre o preço atual de CMIN3, a alavancagem da CSN cairia de uma dívida líquida de 3,4 vezes (2T24) para cerca de 3,0 vezes”, avalia o BBI.

Para o Itaú BBA, a notícia é estrategicamente positiva e está alinhada com os esforços da CSN para reduzir sua posição de alavancagem. Se a transação for concluída a preços de mercado atuais, uma participação de 11% na CSN Mineração vale cerca de R$ 3,6 bilhões, o que pode resultar em uma redução da dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de cerca de 0,3 vez.

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Como referência, o índice de alavancagem da CSN ficou em 3,36 vezes no final do 2T24, versus a meta da empresa de cerca de 2,5 vezes.

“Vale ressaltar que a CMIN3 tem um cronograma robusto de desembolsos de capital relacionados aos seus projetos de expansão (cerca de R$ 15 bilhões entre 2024-2029) e concluiu cerca de 53% do seu programa de recompra de 100 milhões de ações”, aponta o BBA.

Cabe ressaltar que o anúncio vem um em momento em que a CSN segue negociando a compra da cimenteira Intercement. Mais cedo neste ano, o então diretor financeiro da CSN, Marcelo Cunha Ribeiro, afirmou que uma eventual aquisição da Intercement não mudava o objetivo da companhia de reduzir a alavancagem para duas vezes até o final deste ano.

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O Morgan Stanley destaca não conhecer os termos de uma venda potencial e, portanto, aponta ser difícil ter visões mais firmes sobre a transação. O banco tem um preço-alvo de R$ 7,40 para as ações da CMIN3 para meados de 2025; no case otimista, a ação iria para R$ 13,50, que depende da empresa entregar, pelo menos parcialmente, seus grandes projetos de crescimento de minério de ferro, bem como preços mais altos. A recomendação para CMIN3 é equalweight (exposição em linha com a média do mercado, equivalente à neutra), vendo falta de catalisadores claros e específicos da empresa no curto prazo.

(com Reuters)