Deputados argentinos não derrubam veto de Milei a financiamento de universidades

Milhares de pessoas têm se manifestado na Argentina contra cortes de gastos em educação e saúde

Reuters

Estudantes protestam em frente ao Congresso Nacional após os legisladores não conseguirem derrubar o veto do presidente argentino Javier Milei a uma lei de financiamento universitário, em Buenos Aires, Argentina, em 9 de outubro de 2024. REUTERS/Martin Cossarini
Estudantes protestam em frente ao Congresso Nacional após os legisladores não conseguirem derrubar o veto do presidente argentino Javier Milei a uma lei de financiamento universitário, em Buenos Aires, Argentina, em 9 de outubro de 2024. REUTERS/Martin Cossarini

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A Câmara dos Deputados da Argentina fracassou, nesta quarta-feira, em garantir os votos necessários para derrubar o veto do presidente Javier Milei a uma lei que aumentaria o financiamento das universidades, em uma vitória do presidente libertário apesar de manifestações em massa contrárias ao veto.

Milei vetou um projeto de lei no mês passado que teria atualizado o financiamento das universidades públicas de acordo com a taxa de inflação de três dígitos da Argentina, uma das mais altas do mundo.

Desde então, milhares de pessoas têm se manifestado contra seus cortes de gastos em educação e saúde.

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A votação para derrubar o veto teve 160 votos a favor da lei de financiamento universitário, com 84 votos contra e 5 abstenções, ficando 6 votos aquém da maioria de dois terços necessária para reverter o veto do presidente.

O partido de extrema-direita de Milei representa apenas uma pequena minoria no Congresso, mas formou alianças com parlamentares conservadores para impedir que a oposição reunisse os dois terços necessários.

“O que vimos hoje foi uma luta pelo poder”, disse a repórteres o deputado conservador Alejandro Finocchiaro. “Se o veto presidencial não tivesse passado, teria sido um sinal muito ruim para os mercados”.

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Milei argumenta que a lei colocaria em risco o equilíbrio fiscal que ele vem promovendo para enfrentar uma crise econômica de longa data, e se comprometeu a vetar qualquer coisa que o ameace. Os gastos com saúde, previdência e educação da Argentina foram os mais atingidos pelos cortes públicos de Milei.