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Por fim, o X voltou a funcionar no Brasil, após mais de um mês fora do ar. Empresas diziam que, como ferramenta de marketing, a rede social vinha deixando a desejar. Antes mesmo do ex-Twitter anunciar que fecharia seu escritório em São Paulo, eram inúmeros os relatos de dificuldade de comunicação e falta de suporte para perfis de marcas e criadores.
O tempo “offline”, porém, testou a relevância da ferramenta e as agências de conteúdo e mídia tiveram experiências diferentes nesse período.
“Com a suspensão, por aqui, o impacto imediato se refletiu na dificuldade em monitorar o share of voice [visibilidade da marca em relação aos concorrentes] e a percepção pública, já que o X era uma plataforma ágil para acompanhar conversas em tempo real”, diz Sabrina Almeida, gerente de planejamento estratégico da Vitrio, uma agência de marketing digital que trabalha em modelo full service, ou seja, gerencia todas as estratégias de marketing e publicidade dos clientes.
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“A partir dessas interações, muitas vezes captamos insights sobre o comportamento e as preferências dos consumidores de forma orgânica, possibilitando ajustes rápidos em suas estratégias”, explica.
Quase lá: operadoras são notificadas pela Anatel para liberar acesso ao X no Brasil
De acordo com nota da Anatel, caberá a cada uma das prestadoras tomar as providências técnicas necessárias para implementar a ordem judicial. O tempo para a execução do desbloqueio dependerá das medidas adotadas
Da suspensão à retomada: relembre como foram os 40 dias sem Twitter/X no Brasil
O bloqueio foi determinado no dia 30 de agosto, após a empresa fechar seu escritório do Brasil e deixar de ter um representante legal no país, condição obrigatória para funcionar; veja a cronologia e os principais fatos
X: Segunda tela
O X, aponta Sabrina, é a segunda tela onde internautas comentam sobre programas de TV, reality shows e festivais. Esses conteúdos, por exemplo, fatalmente perderam projeção e visibilidade com a plataforma fora do ar.
Redes sociais como a Bluesky e Threads, da Meta, foram as alternativas encontradas por empresas, marcas e criadores para manter a presença de seus conteúdos em microblogs durante a ausência do X.
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Mas ambas são consideradas limitadas em termos de fornecimento de dados consolidados. Na prática, é mais difícil entender o alcance de um conteúdo nessas plataformas.
“O X tem sim um papel muito importante, principalmente com marcas de serviço e produtos, que sofrem com reclamações constantes. É um canal de troca e humanização importante, além de gerar oportunidade”, afirma Patricia Calil, da Snack Content, um estúdio de conteúdo global orientado por inteligência de dados.
“Por outro lado, muitas marcas têm metas de marketing e conversão que não cabem muito no formato de negócio do X. E o fato da interlocução não ser das mais fluidas com a plataforma, dificulta e diminui o interesse de marcas com a rede”, complementa.
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Falta simbólica
Para Ian Black, CEO da agência de publicidade New Vegas, o impacto da suspensão do X foi mais simbólico do que prático, e deixou claro que a plataforma já não é um terreno tão fértil para as marcas.
“Se quiser reverter esse cenário e tentar recuperar a confiança dos anunciantes, a plataforma vai ter que fazer muito mais do que simplesmente voltar ao ar”, diz Black.
“Vai ter que reconstruir relações, dar suporte de verdade e mostrar um compromisso sólido com os resultados dos parceiros. Caso contrário, é só mais uma tentativa vazia de se manter relevante”, conclui.
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