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Pior sem ele? Mês sem X testou relevância da plataforma para empresas e marcas

Suspensão da rede criou ‘apagão’ de conversas em tempo real e reduziu repercussão sobre eventos; profissionais da área de mídia contam como isso impactou suas estratégias

Mitchel Diniz

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Por fim, o X voltou a funcionar no Brasil, após mais de um mês fora do ar. Empresas diziam que, como ferramenta de marketing, a rede social vinha deixando a desejar. Antes mesmo do ex-Twitter anunciar que fecharia seu escritório em São Paulo, eram inúmeros os relatos de dificuldade de comunicação e falta de suporte para perfis de marcas e criadores.

O tempo “offline”, porém, testou a relevância da ferramenta e as agências de conteúdo e mídia tiveram experiências diferentes nesse período.

“Com a suspensão, por aqui, o impacto imediato se refletiu na dificuldade em monitorar o share of voice [visibilidade da marca em relação aos concorrentes] e a percepção pública, já que o X era uma plataforma ágil para acompanhar conversas em tempo real”, diz Sabrina Almeida, gerente de planejamento estratégico da Vitrio, uma agência de marketing digital que trabalha em modelo full service, ou seja, gerencia todas as estratégias de marketing e publicidade dos clientes.

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“A partir dessas interações, muitas vezes captamos insights sobre o comportamento e as preferências dos consumidores de forma orgânica, possibilitando ajustes rápidos em suas estratégias”, explica.

X: Segunda tela

O X, aponta Sabrina, é a segunda tela onde internautas comentam sobre programas de TV, reality shows e festivais. Esses conteúdos, por exemplo, fatalmente perderam projeção e visibilidade com a plataforma fora do ar.

Redes sociais como a Bluesky e Threads, da Meta, foram as alternativas encontradas por empresas, marcas e criadores para manter a presença de seus conteúdos em microblogs durante a ausência do X.

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Mas ambas são consideradas limitadas em termos de fornecimento de dados consolidados. Na prática, é mais difícil entender o alcance de um conteúdo nessas plataformas.

Sabrina Almeida (Vitrio), Patricia Calil (Snack Content) e Ian Black (New Vegas): Experiências diferentes com ausência do X

“O X tem sim um papel muito importante, principalmente com marcas de serviço e produtos, que sofrem com reclamações constantes. É um canal de troca e humanização importante, além de gerar oportunidade”, afirma Patricia Calil, da Snack Content, um estúdio de conteúdo global orientado por inteligência de dados.

“Por outro lado, muitas marcas têm metas de marketing e conversão que não cabem muito no formato de negócio do X. E o fato da interlocução não ser das mais fluidas com a plataforma, dificulta e diminui o interesse de marcas com a rede”, complementa.

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Falta simbólica

Para Ian Black, CEO da agência de publicidade New Vegas, o impacto da suspensão do X foi mais simbólico do que prático, e deixou claro que a plataforma já não é um terreno tão fértil para as marcas.

“Se quiser reverter esse cenário e tentar recuperar a confiança dos anunciantes, a plataforma vai ter que fazer muito mais do que simplesmente voltar ao ar”, diz Black.

“Vai ter que reconstruir relações, dar suporte de verdade e mostrar um compromisso sólido com os resultados dos parceiros. Caso contrário, é só mais uma tentativa vazia de se manter relevante”, conclui.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados