Cyrela (CYRE3) impressiona e MRV (MRVE3) aponta recuperação em prévia do 3T24

Construtoras apresentaram dados considerados fortes por analistas, mas Cyrela é vista com tese mais robusta de investimento

Camille Bocanegra

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A Cyrela (CYRE3) e a MRV (MRVE3) reportaram seus dados operacionais referentes ao terceiro trimestre de 2024. Para analistas, os números apresentados demonstram um ritmo positivo e apontam para um trimestre forte para o setor de construtoras.

No pregão desta quarta-feira (9), por volta das 15h55, as ações da Cyrela recuam 0,27% e as da MRV cedem 1,01%.

A XP considerou a prévia da Cyrela apoiada pelo forte desempenho da VSO (velocidade de vendas sobre oferta) e pelo robusto poder de precificação. Mesmo considerando o ambiente macroeconômico desafiador, a companhia tem sido marcada pela resiliência da demanda por seus projetos.

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A Cyrela, na visão do Itaú BBA, trouxe um “trimestre impressionante de resultados”. A companhia combinou um forte ritmo de vendas com uma atividade de lançamentos consistente. A Cyrela registrou um aumento de 65% em relação ao ano anterior e crescimento de 139%. Consequentemente, os estoques em meses de vendas caíram para o seu ponto mais baixo desde o terceiro trimestre de 2019.

‘Top pick’ entre construtoras

A análise também destacou a alta de vendas para o maior patamar desde 2020, em 27%, com números sustentados pela venda de lançamentos. Com isso, o banco considera a ação como outperform (desempenho acima da média, similar à compra) e, logo após Direcional (DIRR3), classifica a Cyrela como “top pick”.

A classificação é a mesma da XP, que vê a ação como uma das principais escolhas entre as construtoras de médio/alto padrão, com preço-alvo de R$ 30/ação.

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O Bradesco BBI, por sua vez, destacou a velocidade de vendas de 55% em 12 meses, com um aumento de 7 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado.

Além disso, as vendas de R$ 2,5 bilhões – com um aumento de 45% na comparação anual e lançamentos do mesmo montante, adicionando 65% nos números do ano passado – demonstraram a força do trimestre para a companhia.

Dessa forma, a ação tornou-se uma das preferidas do BBI no segmento de construtoras de renda média/alta, sendo classificada como outperform. Isso porque, na avaliação dos analistas, CYRE3 negocia a 5,5 vezes o preço sobre o lucro para o fim de 2025.

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Dados sólidos, mas tese complexa

Enquanto isso, a XP considerou a prévia operacional da MRV como positiva, destacando que as fortes vendas líquidas evidenciam uma demanda robusta no programa habitacional MCMV.

Na análise da corretora, os lançamentos mais elevados indicam que a empresa pode estar aumentando seu apetite por crescimento, após um período de lançamentos baixos em 2023.

Além disso, a melhora significativa na queima de caixa operacional no Brasil, desconsiderando as vendas de recebíveis, sugere um possível ponto de inflexão, embora ainda existam incertezas sobre a dinâmica futura do fluxo de caixa livre da empresa.

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A companhia apresentou resultados operacionais considerados sólidos pelo Bradesco BBI. Os pontos de destaque foram a geração de caixa, que se apresenta melhor, e a velocidade de vendas de 47%, com um aumento de 3 pontos percentuais.

“A MRV está cerca de R$ 150 milhões abaixo de sua orientação de geração de caixa para o ano de 2024, mas alcançá-la agora parece viável se assumirmos um ritmo semelhante (ou até ligeiramente inferior) de vendas de recebíveis no 4T24”, afirma o BBI.

No entanto, mesmo considerando os números positivos, o banco entende que ainda há a necessidade de que alguns eventos aconteçam para reduzir a complexidade da tese. O BBI cita como exemplos a cisão da subsidiária Resia e a melhoria adicional na geração de caixa.