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Como as eleições americanas, Fed, China e fiscal devem mexer com a Bolsa ainda 2024?

Analista de investimento diz que o histórico de final de ano é do Ibovespa subir, mesmo sem perspectiva para o fiscal

Augusto Diniz

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Existem elevadas expectativas sobre o comportamento do mercado até o final do ano, já que o fluxo de notícias deve seguir em alta frequência, causando alta volatilidade. Entre os assuntos em voga, política fiscal, China, juros americanos, crise no Oriente Médio, eleições nos Estados Unidos e, até mesmo, o resultado do segundo turno do pleito em São Paulo.

Para o trader e embaixador da XP Rodrigo Cohen, os meses de outubro, novembro e dezembro são períodos que historicamente a bolsa brasileira sobe. “Teve ano que caiu ou ficou de lado, mas esses meses costumam ser de rali”, diz ele. Com o país em crescimento acima das expectativas, Cohen crê que o mercado interno pode favorecer as empresas dependentes do consumo.

EUA e China

Além disso, a queda de juros nos Estados Unidos e o pacote de incentivos na China podem impulsionar a bolsa brasileira, sob o front externo.

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“O juro americano é o mais importante de tudo. Pode impactar bastante nossa economia. Se os Estados Unidos continuarem reduzindo os juros, a nossa bolsa tem mais probabilidade de subir”, avalia.

No caso da China, que anunciou medidas de estímulo à economia, ele lembra que aquele país é o principal parceiro comercial do Brasil e capaz de influenciar as commodities brasileiras.

“A China querendo crescer a qualquer custo é algo que ela tem habilidade muito grande para fazer. Vejo com bons olhos (o pacote). Ela quer voltar a assumir o papel do protagonismo na economia mundial. A China tem artilharia para isso”, ressalta.

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Política fiscal

Mas Cohen acha que a política fiscal no Brasil é ainda uma “pedra no sapato” do mercado, que quer saber “quais são os próximos passos, se o governo vai começar a adotar uma política mais de contenção de gastos, sem aumentar impostos”.

“A política fiscal no Brasil é um ponto a ser visto. Qualquer mudança positiva pode jogar a bolsa para cima, e negativa pode empurrar para baixo. A gente sabe que está no final do ano, mas sempre pode ter uma novidade que trará uma volatilidade do mercado em relação a isso”, afirma.

Cohen, no entanto, diz que qualquer mudança no fiscal a partir de agora deve ter efeito somente em 2025.

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Kamala x Trump

Já com relação às eleições nos Estados Unidos, ele acha que novembro pode ser um mês “bem volátil” por conta do pleito. “Mas a minha impressão é que não muda muito”, diz. “Sendo eleita Kamala Harris (candidata Democrata), ela deve manter a política de Joe Biden (atual presidente)”, avalia.

No caso de Donald Trump, candidato Republicano, Cohen diz que o mercado também já tem uma visão do que pode acontecer. “Empresas de tecnologia tendem a ser menos beneficiadas com Trump porque um de seus alvos é aumentar os impostos delas”, exemplifica.

O analista lembra, no entanto, que o mercado costuma prestar atenção na equipe econômica que o governo eleito irá dispor.

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Cohen acrescenta que, sobre a crise no Oriente Médio, é possível que Trump, se eleito, tenha uma postura mais pró-Israel. Ele acha até que isso, inclusive, tem sido pouco considerado pelo mercado.

Nunes x Boulos

No Brasil, embora o segundo turno da eleição não apresente motivos para volatilidade no mercado, ele acha que o resultado pode sinalizar sobre o futuro do governo no plano federal, principalmente na disputa entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL).

“Uma das formas do governo (federal) fazer demonstração de força – depois de um primeiro turno não muito favorável – é Boulos vencer. Como a gente sabe que o mercado trabalha sempre com expectativa para a frente, se Boulos conseguir uma vitória sobre Nunes o governo se fortalece”, diz.

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Mas caso Nunes vença, segundo Rodrigo Cohen, o governo se enfraquece. “Mas o investidor está muito de olho nos juros lá de fora acima de qualquer coisa, neste momento”, pontua.

Todos os domingos, às 19h, confira a live de Rodrigo Cohen, trazendo a análise dos principais ativos do mercado e as perspectivas para semana seguinte.