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Durante sabatina promovida pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, nesta terça-feira (8), o economista Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir o comando do Banco Central (BC) a partir de 2025, disse que mantém uma excelente relação tanto com o petista quanto com Roberto Campos Neto, atual chefe da autoridade monetária.
“A minha relação com o presidente Lula e com o presidente Roberto é a melhor possível. Sempre fui muito bem tratado pelos dois e não consigo fazer qualquer queixa a nenhum deles”, afirmou Galípolo.
Questionado sobre as críticas permanentemente feitas por Lula a Campos Neto, desde que o petista tomou posse para seu terceiro mandato no Palácio do Planalto, Galípolo contemporizou e disse que lamenta não ter conseguido ajudar para que essa relação fosse mais saudável.
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“Gostaria de, dentro das minhas funções, de ter colaborado para que essa relação entre o BC e o Executivo fosse melhor ainda”, concluiu Galípolo.
Desde o início do atual mandato, em janeiro de 2023, Lula mirou sua artilharia em Campos Neto e criticou publicamente, diversas vezes, a atuação do presidente do BC à frente da autoridade monetária. O presidente da República reclamou, em inúmeras oportunidades, do elevado patamar da taxa básica de juros (Selic) definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.
Em sua última reunião, no mês passado, o Copom aumentou a Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano. De acordo com projeções do mercado financeiro, que constam do Boletim Focus, divulgado no início desta semana pelo BC, os juros básicos devem encerrar 2024 em 11,75%.
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Acompanhe, ao vivo, a sabatina de Gabriel Galípolo no Senado:
Indicação para a presidência do BC
Em fevereiro de 2021, o então presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto que deu autonomia ao BC e, assim, limitou a influência do Executivo sobre as decisões relacionadas à política monetária.
Pela regra vigente desde então, os mandatos do chefe do BC e do titular do Palácio do Planalto não são mais coincidentes. O presidente do banco, assim, assume o cargo sempre no primeiro dia útil do terceiro ano de cada governo. Com isso, o chefe do Executivo federal só poderá efetuar uma troca no comando da autoridade monetária a partir do terceiro ano de gestão. O mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, termina em 31 de dezembro de 2024.
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Quem é Gabriel Galípolo
Gabriel Galípolo é formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), instituição na qual também foi professor nos cursos de graduação, de 2006 a 2012. Saiba mais sobre o indicado por Lula a presidência do BC clicando aqui.
Além disso, lecionou no MBA de PPPs e Concessões da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo). É também pesquisador sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).
Sua passagem pela administração pública teve início em 2007, no governo de José Serra (PSDB) em São Paulo. Naquele ano, o economista chefiou a Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos e, em 2008, foi diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento do estado de São Paulo.
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De 2017 a 2021, Galípolo foi presidente do banco Fator, instituição com expertise em parcerias público-privadas e programas de privatização. Em sua atuação no banco, conduziu os estudos para a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), processo que teve início em 2018. Em 2021, o banco Fator e o BNDES lideraram o leilão da estatal, operação que arrecadou R$ 22,6 bilhões com a venda de três dos quatro blocos ofertados.
Como número 2 do Ministério da Fazenda na gestão de Fernando Haddad (PT), Galípolo teve a dura missão de gerir um rombo inicial de cerca de R$ 300 bilhões nos cofres públicos e acomodar uma demanda crescente por políticas públicas e promessas de programas sociais feitas na campanha.
Poucos meses após ter assumido como secretário-executivo da pasta, Galípolo deixou o cargo para integrar a diretoria do Banco Central (BC), por indicação de Haddad e Lula. Sua estreia no Copom “coincidiu” com a primeira queda da Selic desde que o ciclo de alta da taxa básica iniciou, em março de 2021.