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A expectativa é de que a Natura (NTCO3) reporte resultados sólidos no terceiro trimestre de 2024 (3T24), de acordo com relatório da XP, de prévia do balanço. Os resultados positivos devem ser puxados pelo desempenho dos negócios no Brasil, enquanto as preocupações residem nas operações internacionais.
Gustavo Senday, analista de varejo da XP, participou nesta terça-feira (8) do Morning Call da XP, e disse que apesar do operacional bom da Natura nesse trimestre, “a leitura dos demonstrativos financeiros deve ficar um pouco poluída por conta da desconsolidação das operações da Avon Internacional dentro da companhia”.
Recuperação judicial da Avon
Em agosto, a Avon Products Inc. (API), subsidiária da Natura, fez um pedido de Chapter 11 nos Estados Unidos, processo similar à recuperação judicial no Brasil.
Segundo o analista, a Natura deve descontinuar as operações da Avon Internacional, o que pode levar a alguns ajustes no balanço da companhia nesse 3T24. Mas Senday afirma que isso já é esperado no mercado.
“Na América Latina, excluindo Brasil, as duas marcas (Natura e Avon) vão indo muito bem, acelerando versus o segundo trimestre desse ano”, afirmou. No entanto, a XP prevê impactos do início da Onda 2 (integração dos dois negócios Natura e Avon) no México.
A XP estima que os custos de transformação e as despesas corporativas aumentem neste trimestre na Natura, dada a implementação da Onda 2 no México e ao processo de recuperação judicial da API.
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“Operacionalmente, a gente espera resultados bons no terceiro trimestre principalmente no Brasil. A gente tem visto a marca Natura acelerando sequencialmente e a gente avalia que nesse trimestre se repita, com a marca Natura crescendo mais de 15%”, disse.
Brasil deve crescer
“Já a marca Avon, que vinha caindo, ano contra ano por conta de ajustes operacionais, deve se estabilizar e voltar a crescer no Brasil”, acrescentou.
“Quando a gente olha a rentabilidade, deve ter uma expansão importante de ano contra ano muito por conta de ajustes operacionais, que têm sido feitos dentro da empresa”, reafirmou.
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O analista da XP explicou que o Brasil tem ganhado representatividade no mix de países da companhia.
“A gente espera uma expansão de margem relevante e que também deve se traduzir em expansão importante de margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ao longo desse trimestre”, afirmou.
A XP espera crescimento de receita da Natura no 3T24 de 23% na comparação anual. Já a margem bruta deve permanecer estável em relação ao trimestre anterior e aumentar em 0,18 pontos percentuais (pp) na comparação anual, beneficiando-se dos ajustes estratégicos da empresa.
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A margem Ebitda ajustada, por sua vez, deve ser de 15,3%, com uma forte expansão anual devido à base de comparação fraca (início da Onda 2 no Brasil) e às operações brasileiras normalizadas, relata a casa.