Rússia vai retirar Talibã da lista de terroristas, informa agência estatal

Rússia vem construindo lentamente laços com o Talibã desde que o grupo tomou o poder no Afeganistão em agosto de 2021, quando as forças lideradas pelos EUA se retiraram após 20 anos de guerra

Reuters

Combatentes do Talibã em Cabul, no Afeganistão (Shutterstock)
Combatentes do Talibã em Cabul, no Afeganistão (Shutterstock)

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Moscou (Reuters) – O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse nesta sexta-feira (4) que a decisão de retirar o Talibã da lista de organizações terroristas foi “tomada no mais alto nível”, informou a agência de notícias estatal Tass.

A decisão precisa ser seguida de vários procedimentos legais para que se torne realidade, disse o representante especial do presidente Vladimir Putin no Afeganistão, Zamir Kabulov.

Putin afirmou em julho que a Rússia considera o movimento Talibã, do Afeganistão, um aliado na luta contra o terrorismo.

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A Rússia vem construindo lentamente laços com o Talibã desde que o grupo tomou o poder no Afeganistão em agosto de 2021, quando as forças lideradas pelos Estados Unidos se retiraram após 20 anos de guerra, mas o movimento ainda é oficialmente proibido na Rússia.

Nenhum país reconheceu formalmente o Talibã como a liderança legítima do país, embora a China e os Emirados Árabes Unidos tenham aceitado seus embaixadores.

A Rússia adicionou o Talibã à sua lista de organizações terroristas em 2003. Removê-lo seria um passo importante de Moscou para normalizar as relações com o Afeganistão.

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Em comentários separados na sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que Moscou estava convencida da necessidade de manter um “diálogo pragmático” com o atual governo afegão.

“É óbvio que é impossível resolver os problemas ou mesmo discutir um acordo afegão sem Cabul”, afirmou Lavrov.

“Moscou continuará seu curso de desenvolvimento de laços políticos, comerciais e econômicos com Cabul”, acrescentou ele, falando em uma reunião em Moscou com seu colega afegão Amir Khan Muttaqi e representantes de países vizinhos.