Milhares marcham em Viena contra a extrema-direita antes de conversas sobre coalizão

O Partido da Liberdade (FPO) ficou em primeiro lugar, com 29% dos votos, mas por não ter maioria absoluta precisa formar uma coalizão para liderar um governo pela primeira vez

Reuters

Pessoas participam em Viena de protesto contra o Partido da Liberdade após eleições gerais - 03/10/2024  (Foto: Lisa Leutner/Reuters)
Pessoas participam em Viena de protesto contra o Partido da Liberdade após eleições gerais - 03/10/2024 (Foto: Lisa Leutner/Reuters)

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Viena (Reuters) – Milhares de manifestantes marcharam em Viena nesta quinta-feira (3) para pedir aos partidos políticos austríacos, especialmente aos conservadores no poder, que não formem um governo com o Partido da Liberdade (FPO), de extrema-direita, após sua vitória nas eleições gerais no domingo.

O FPO ficou em primeiro lugar, com 29% dos votos, em uma vitória histórica para o partido eurocético e favorável à Rússia, fundado na década de 1950 sob o comando de u m líder que foi oficial da SS e parlamentar nazista.

Mas por não ter maioria absoluta, o FPO precisaria formar uma coalizão para liderar um governo pela primeira vez.

Somente o conservador Partido Popular (OVP) deixou a porta aberta para uma aliança, com a condição de que o líder da FPO, Herbert Kickl, não faça parte do governo, o que a FPO insiste que fará.

“Queremos dizer claramente agora, de forma preventiva: caro OVP, por favor, não faça esse pacto novamente”, disse Marty Huber, um dos organizadores do protesto, à Puls 24 TV, enquanto uma grande multidão se reunia em frente à Universidade de Viena, agitando bandeiras de arco-íris e faixas com slogans como “Proteja a democracia”.

A marcha deveria terminar em frente ao Parlamento, mais adiante, no anel viário interno da capital.

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O OVP já esteve duas vezes no governo com a FPO, mas como parceira júnior. O OVP ficou em segundo lugar na eleição de domingo.

O presidente Alexander Van der Bellen, que supervisiona a formação de governos, deve se reunir com os líderes de todos os partidos parlamentares, começando por Kickl na sexta-feira. Ele também disse às legendas que mantenham conversas sobre a coalizão entre si.