Publicidade
A XP Investimentos revisitou o cenário para o Ibovespa para os próximos doze meses, reduzindo o valor justo de 155 mil pontos para 150 mil pontos devido a taxas de juros longas mais altas, mas ainda representando um potencial de valorização de 14% em relação ao fechamento de setembro, de 131.816 pontos.
Os estrategistas e analistas Fernando Ferreira, Jennie Li, Júlia Aquino e Felipe Veiga, que assinam o relatório, ressaltam a dicotomia entre o cenário global sólido versus juros mais altos no Brasil.
Em setembro, ressaltam, os mercados globais seguiram em alta, com o S&P 500 subindo 2,0%, depois que o Federal Reserve deu início ao ciclo de corte de juros. A China se tornou a grande história ao final de setembro, com o anúncio de uma série de estímulos, levando o mercado de ações chinês a entrar em um novo “bull market”. Contudo, apesar da melhora no cenário global, as ações brasileiras não conseguiram acompanhar o movimento, terminando praticamente de lado em dólares no mês, e caindo 3,1% em reais.
Continua depois da publicidade
Para a equipe da XP, os prêmios de risco das ações continuam altos no Brasil. Ao revisitarem a análise recente sobre o diferencial de valor entre as ações e crédito corporativo, eles destacam que, enquanto os spreads de crédito estão perto de mínimas históricas, o prêmio de risco de ações estão perto das máximas. Isso representa uma oportunidade para investidores e as empresas acelerarem suas recompras de ações.
O crescimento de lucros permanece sólido, com o avanço do Lucro por Ação para 2024, excluindo commodities, em +31% e +16% para 2025. Isso deve continuar a dar suporte às ações brasileiras, avaliam os estrategistas. “No entanto, notamos os riscos para 2025, pois a economia deve desacelerar e taxas mais altas devem começar a entrar em vigor”, apontam.
A XP ressalta seguir um posicionamento cauteloso em suas carteiras recomendadas, dado o cenário macro, especialmente o doméstico que continua pressionado. Em sua carteira top 10, cortou a posição na PRIO (PRIO3) de 10% para 5%, buscando limitar a exposição às flutuações do preço do petróleo. A queda sequencial dos preços da commodity afetou negativamente o desempenho do setor nos últimos períodos. Enquanto isso, elevou o peso de JBS (JBSS3), seguindo positiva com a tese de investimento dado que: (i) acredita que os ciclos de aves e suínos ainda não atingiram pico; (ii) a dinâmica de lucros positiva deve continuar suportando a performance das ações.
Continua depois da publicidade
Além disso, removeu Grupo Mateus (GMAT3) para reduzir exposição a nomes cíclicos, após a recente deterioração fiscal e das taxas de juros. No seu lugar, incluiu a Gerdau (GGBR4) devido à melhora no momentum de resultados esperado.
Jennie Li, estrategista de ações da XP, durante o programa Morning Cal nesta terça (1), disse que a revisão do Ibovespa de 155 mil pontos para 150 mil pontos para os próximos 12 meses se deve “em grande parte por conta dessa abertura da taxa de juros de longo prazo e nas carteiras recomendadas para o mês de outubro”.
Ainda segundo a analista, a XP mantém posicionamento mais defensivo na carteira, focada em empresas mais resilientes, pouco alavancadas, dado o cenário macro doméstico bastante incerto.
Continua depois da publicidade
Veja abaixo a carteira top 10 para o mês: