Gastos fora da meta fiscal aceleram alta do endividamento público

FMI projeta que a dívida do Brasil em 2024 será a quarta maior entre 36 países emergentes

Felipe Moreira

Foto: Reuters
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O crescimento de uso de recursos fora do cálculo do teto de despesas, como é o caso do combate às queimadas pelo país, dos precatórios (dívidas judiciais) e do crédito subsidiado, e a alta dos juros acenderam sinais de alerta de agentes do mercado, de acordo com jornal O Globo.

Apesar do cumprimento das metas do arcabouço fiscal ser visto com ceticismo, a percepção predominante é de que isso pode não ser suficiente para colocar a dívida pública em uma trajetória sustentável nos próximos anos, especialmente considerando os atuais níveis elevados de juros.

A dívida pública bruta do Brasil como proporção do PIB (Produto Interno Bruto) atingiu 78,5%, conforme últimos dados do Banco Central divulgados no final de agosto.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que a dívida do Brasil em 2024 será a quarta maior entre 36 países emergentes. O endividamento deve continuar aumentando até 2032, quando encostaria em 90% do PIB, conforme reportagem do jornal O Globo.

A rolagem da dívida é o principal gasto da União, superando a Previdência. Essa piora na dívida fez mercado e analistas das contas públicas estranharem a decisão do governo de liberar, na semana passada, R$ 1,7 bilhão do Orçamento.

De acordo com economista da XP Investimentos Tiago Sbardelotto ouvi pelo jornal, o governo pode cumprir a meta, mas a dívida vai crescer substancialmente, quase 21 pontos em oito anos.

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Na prática, quanto maior a dívida, cresce o risco de calote e, assim, maior o custo em juros para mantê-la.