Ainda vale investir em CDBs, LCIs e LCAs, mesmo com as taxas do Tesouro nas alturas?

Taxas curtas atingiram recorde de 12 meses na semana, mas recuaram após greve e IPCA-15

Lucas Gabriel Marins

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As taxas do Tesouro Direto dispararam após o aumento da taxa básica de juros e atingiram um recorde de 12 meses no início desta semana. Apesar do recuo em meio à greve de servidores e à desaceleração do IPCA-15, os prêmios continuam elevados, com o título de inflação mais curto, de 2029, entregando juros real de 6,47% nesta quinta-feira (26).


Diante do desempenho do produto de renda fixa mais seguro do Brasil, investidores começam a questionar se ainda vale a pena investir em CDBs (Certificados de Depósito Bancário), LCIs (Letra de Crédito Imobiliário) e LCIs (Letra de Crédito do Agronegócio) – e onde estão as melhores oportunidades.

Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, disse que os certificados bancários emitidos por bancos ainda podem ser uma boa opção para compor a carteira, mesmo com a atratividade dos títulos do Tesouro, porque eles costumam perfomar bem com juros altos e expectativa de continuação de aperto monetário.

No entanto, falou, o investidor deve priorizar as modalidades pós-fixadas, que tendem a apresentar melhor desempenho nesse cenário.

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“As melhores oportunidades em CDBs estão nos títulos pós-fixados já que esses papéis oferecem uma rentabilidade atrelada ao CDI, garantindo que o retorno acompanhe a elevação da taxa de juros. Isso traz flexibilidade para o investidor, pois se a Selic continuar subindo, os retornos do CDB também aumentam”, disse.

O mesmo vale para LCIs e LCAs, segundo Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest. “Os pós-fixados (atrelados ao CDI) são recomendados em momentos de aumento da Selic, como o atual. Se há expectativa de mais alta ou manutenção da taxa elevada, os papéis pós-fixados tendem a acompanhar essa alta, beneficiando o investidor”.

Sem prefixado agora?

Os prefixados de CDBs e LCIs/LCAs só se tornam atrativos quando há uma expectativa de queda da Selic, pois o investidor consegue travar uma taxa superior à futura, o que não é o caso atual. Os contratos de Opção de Copom negociados na B3 mostram probabilidade de 61,50% de aumento dos juros no Brasil em novembro.

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Essa modalidade “é adequada para investidores que têm uma visão de que a Selic atingiu ou está próxima de seu pico, e que desejam travar uma taxa elevada antes que os juros comecem a cair, e para quem está disposto a manter o capital investido por prazos mais longos (2 a 5 anos), uma vez que o resgate antecipado pode não ser vantajoso devido à marcação a mercado (ajuste de preço do título)”, disse Daniel Abrahão, economista e assessor na iHUB Investimentos.

Onde encontrar boas opções

As taxas mais atrativas em CDBs e LCIs/LCAs estão em bancos médios e pequenos, que oferecem prêmios sobre o CDI em relação às grandes instituições. “É comum encontrar CDBs pós-fixados acima de 110% do CDI ou pré-fixados com taxas anuais superiores a 13%”, disse Abrahão.

Já Andrade disse que os bancos pequenos oferecem bons prêmios em letras de crédito imobiliário e do agronegócio porque precisam captar recursos para suas operações.

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Vantagens e desvantagens

Embora o Tesouro Direto tenha liquidez diária, CDBs e LCIs/LCAs também oferecem essa mesma condição, segundo Abrahão, permitindo ao investidor resgatar o capital em qualquer momento. “Mesmo quando não possuem liquidez diária, os prazos podem ser compatíveis com o perfil de cada investidor, e produtos com menor liquidez geralmente recompensam o investidor com taxas mais atrativas.”

Uma das vantagens das LCIs/LCAs frente aos CDBs é a isenção de imposto de renda (IR) para pessoas físicas. Apesar disso, os certificados emitidos pelo bancos ainda são mais rentáveis, segundo cálculos elaborados pelo time de análise de renda fixa da XP.

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As duas categorias de investimento em renda fixa também são protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) – que busca preservar o patrimônio do investidor (ou parte dele) caso a instituição financeira seja liquidada – até o limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ em cada conglomerado financeiro.

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