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As gigantes do ramo de educação Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3) retomaram as discussões sobre uma eventual fusão, após vários anos de uma tentativa frustada de combinação de negócios, segundo reportagem do jornal Valor Econômico.
Em 2017, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) reprovou a aquisição da Estácio pela Kroton — que foram rebatizadas para Yduqs e Cogna, respectivamente — que resultaria na união das duas maiores instituições privadas de ensino superior do Brasil na época.
A Cogna, primeira a se manifestar, disse que “não há informações a serem divulgadas ao mercado sobre qualquer transação envolvendo a companhia e as entidades mencionadas na notícia”.
O jornal ainda informou que não há nada formalizado, mas alguns desafios à combinação das atividades já surgiram.
A principal divergência que impede o avanço das negociações é a inclusão dos ativos de educação básica da Cogna na transação. Enquanto a Cogna busca integrar esses ativos, a Yduqs não demonstra interesse em adquiri-los. As duas companhias têm tamanhos semelhantes e retirar as unidades de educação básica deixaria a Cogna em desvantagem, de acordo fontes ouvidas pelo Valor.
Para efeitos de comparação, a Cogna reportou receita líquida de quase R$ 6 bilhões e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1,8 bilhão no ano passado. Já a Yduqs teve receita de R$ 5,1 bilhões e lucro operacional de R$ 1,6 bilhão.
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A complexidade das relações entre os envolvidos gera outro ponto de atrito. A recente aquisição da Inspira pela Advent, gestora de private equity e acionista de referência da Yduqs, somada à participação de Chaim Zaher, maior acionista individual da Yduqs e controlador do Grupo SEB e e da Conexia, ambas de educação básica, cria um cenário com potencial para conflitos de interesse.
A Cogna, por sua vez, tem duas operações de educação básica: uma delas é a Vasta, com ações na Nasdaq, que tem em seu portfólio vários sistemas de ensino, como Anglo e pH. O outro negócio é o de venda de livros didáticos das editoras Saraiva, Ática e Scipione para o governo federal, cujo Ebtida recorrente foi de R$ 175 milhões em 2023.