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O senador Eduardo Girão (Novo-CE), em pronunciamento no plenário do Senado, nesta terça-feira (24), criticou a regulamentação das apostas esportivas por meio de medida provisória aprovada no ano passado (MP 1.182/2023).
Segundo o senador oposicionista, a matéria “facilitou a entrada do crime organizado no setor”. Ele citou investigações envolvendo facções criminosas como o PCC e o Comando Vermelho.
Em seu discurso, o parlamentar alertou também para os riscos ligados à dependência do jogo. De acordo com Girão, países onde as apostas foram legalizadas registram que até 5% da população é viciada. Pelos cálculos dele, no Brasil poderia significar 10 milhões de pessoas afetadas. Para o senador, a compulsão pelo jogo tem levado ao aumento da criminalidade e ao suicídio.
“Depois do vício, depois de perder tudo, desde bens materiais até o emprego, o desespero provocado pelas enormes dívidas e pela vergonha têm levado milhões de pessoas ao suicídio. Artigo publicado pelo The New York Times mostra que entre 50% e 80% dos ludopatas já pensaram em suicídio e entre 13% e 20% já tentaram efetivamente ou já se mataram”, ressaltou.
Bingos e cassinos
Girão também pediu o apoio dos colegas para rejeitar o projeto de lei (PL 2.234/2022), que autoriza a instalação de bingos e cassinos no Brasil. Ele argumentou que o projeto, aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), “causará danos econômicos e sociais ao país”.
O parlamentar mencionou dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que apontam um prejuízo de R$ 117 bilhões por ano no comércio, devido ao aumento das apostas esportivas. Girão também destacou que, entre janeiro e agosto de 2024, beneficiários do Bolsa Família gastaram mais de R$ 11 bilhões em jogos, agravando ainda mais a pobreza e aumentando o número de famílias endividadas.
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“São mais de mil bingos nesse projeto e 67 cassinos, todos direcionados para um grupo espanhol. É uma vergonha o Senado Federal votar esse tipo de matéria! E eu espero o bom senso de todos os colegas para que, se o presidente tiver a audácia de colocar isso para votar, ainda depois de todos esses dados, que a gente o rejeite por unanimidade, porque o estrago vai ser muito maior para o país, algo para poucos ganharem milhões, dezenas de milhões de brasileiros perderem”, afirmou Girão.
(Com Agência Senado)