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SÃO PAULO (Reuters) – As taxas dos DIs com vencimentos a partir de janeiro de 2026 fecharam a terça-feira em baixa firme, em sessão marcada por forte queda do dólar ante o real, mensagens duras da ata do Copom e a avaliação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que houve exagero na alta recente de prêmios na curva.
No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,025%, ante 11,029% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2026 estava em 12,12%, ante 12,284%. O vencimento para janeiro de 2027 marcava 12,155%, ante 12,41% do ajuste.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 12,28%, ante 12,567%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 12,24%, em baixa de 29 pontos-base ante 12,531% do ajuste anterior.
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O dia começou com a divulgação da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, quando o colegiado votou pela elevação de 25 pontos-base da Selic, para 10,75% ao ano.
No documento, o BC informou que a alta da Selic foi retomada com base em três pontos: um cenário que demanda política monetária mais contracionista, uma percepção de que o início do ajuste deveria ser gradual e uma discussão sobre ritmo, magnitude do ciclo e sua comunicação.
“Em virtude das incertezas envolvidas, o Comitê preferiu uma comunicação que reforça a importância do acompanhamento dos cenários ao longo do tempo, sem conferir indicação futura de seus próximos passos, insistindo, entretanto, no seu firme compromisso de convergência da inflação à meta”, disse o BC no documento.
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A avaliação recorrente no mercado foi de que a ata manteve o tom duro do comunicado da semana passada, com o BC externando suas preocupações com o controle da inflação.
A mensagem da ata foi reforçada por Campos Neto durante evento em São Paulo. Segundo ele, o número mais recente de inflação foi “até melhor”, mas ao se observar o quadro mais completo a “dinâmica de inflação ainda preocupa o Banco Central”.
Ao mesmo tempo, Campos Neto afirmou que o aumento recente observado no prêmio de risco captado na parte longa da curva a termo parece estar associado a dúvidas sobre os números fiscais do Brasil.
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Na sexta e na segunda-feira, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) de longo prazo dispararam em razão da desconfiança dos investidores quanto à capacidade de o governo Lula equilibrar as contas públicas.
Campos Neto afirmou que o prêmio de risco na ponta longa “parece um pouco exagerado”, mas reconheceu que ele é fruto do questionamento sobre o “número fiscal” do governo e sua “transparência”.
O teor duro da ata do Copom, somado aos comentários de Campos Neto sobre exageros na curva, favoreceu a queda firme das taxas dos DIs, em especial entre os contratos a partir de 2026.
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A taxa do DI para janeiro de 2033, que nas duas sessões anteriores havia acumulado alta superior a 40 pontos-base em meio aos receios com a área fiscal, chegou a cair 24 pontos-base às 15h24 desta terça-feira, no melhor momento do dia.
Além do discurso do BC, a queda firme do dólar ante o real contribuía para o fechamento da curva brasileira. As cotações da moeda norte-americana cederam durante todo o dia, após a China anunciar um pacote de medidas para impulsionar sua economia — importante compradora das commodities brasileiras.
Na ponta curta da curva, como de costume, os movimentos foram mais contidos, com as taxas refletindo apostas de que o BC voltará a cortar a Selic.
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Perto do fechamento a curva brasileira precificava 95% de probabilidade de o BC acelerar o ciclo de altas da Selic em novembro, com elevação de 50 pontos-base. Os 5% restantes precificam novo corte de 25 pontos-base. Na véspera, havia 100% de chances de alta de 50 pontos-base.
No exterior, os rendimentos dos Treasuries com prazos mais longos oscilavam próximos da estabilidade. Às 16h34, o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– indicava estabilidae, a 3,736%.
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