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A oferta total de combustíveis líquidos pelo Brasil, que incluem petróleo, biocombustíveis e gás natural líquido, deve subir de 4,2 milhões de barris por dia, em 2023 para 5,1 milhões de barris por dia em 2029, segundo estimativas da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
O relatório Perspectiva Mundial de Petróleo 2024, divulgado hoje, diz que a expansão da oferta do país nos próximos anos continuará focalizada em áreas do pré-sal, de águas ultraprofundas.
“Isto inclui os próximos estágios de desenvolvimento nos campos Mero e Búzios, que devem contribuir de forma significativa com a capacidade de produção”, apontou o relatório.
“É esperado que Mero 3 e 4, cada um com 180 mil barris por dia de capacidade, devem ver a primeira (extração de) petróleo em 2024 e 2025, respectivamente.” Segundo a Opep, “os campos Búzios 6 a 10, com capacidade nominal de 180-225 mil barris por dia, devem começar a produzir entre 2025 e 2028.” O estudo destaca que a exploração de petróleo do Brasil offshore tem aumentado, incluindo na margem equatorial.
De acordo com o relatório, outros campos de produção de petróleo que merecem destaque são Bacalhau, com 220 mil barris por dia, que tem uma previsão de começar a extrair o combustível em 2025, e Bacalhau Norte, cuja atividade pode iniciar em 2029, também com 220 mil barris por dia.
“Em suma, uma nova capacidade (de produção) próxima de 2,3 milhões de barris por dia está prevista para (ocorrer) no médio prazo.” De acordo com a Opep, no longo prazo é esperado que modere a expansão da oferta de petróleo pelo Brasil, “uma vez que muitos dos principais recursos do pré-sal terão sido explorados.”
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Devido à desaceleração da produção de petróleo e de etanol no longo prazo, a Opep estima que a oferta total de combustíveis líquidos pelo Brasil deve subir de 5,1 milhões de barris por dia em 2029 para o pico ao redor de 5,5 milhões de barris por dia no final da década de 2030 e deve alcançar 5,2 milhões de barris por dia em 2050.
Demanda global de energia
A Opep estima no relatório a demanda por fontes de energia deverá crescer até a metade do século, com exceção para o carvão mineral. “É esperado que a maior expansão virá de [fontes] renováveis, principalmente eólica e solar, com aumento próximo de 43 milhões de barris equivalente por dia, de 9,6 milhões de barris equivalente por dia em 2023 para 52,4 milhões de barris equivalente por dia em 2050.”
Na sequência, ocorrerá o aumento da procura por gás natural, que passará de 69,1 milhões de barris equivalente por dia em 2023 para 89,6 milhões de barris equivalente em 2050.
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Para o mesmo período, a demanda para energia nuclear deverá subir de 14,8 milhões de barris equivalente por dia para 24,3 milhões de barris equivalente por dia, enquanto para biomassa deverá ter uma elevação de 29,1 milhões de barris equivalente por dia para 37,4 milhões de barris equivalente por dia.
A demanda por energia hidrelétrica subirá de 7,6 milhões de barris equivalente por dia em 2023 para 11,6 milhões de barris equivalente por dia em 2050. Por outro lado, a procura por carvão mineral baixará de 78 milhões de barris equivalente por dia em 2023 para 49,1 milhões de barris equivalente por dia em 2050.
Demanda por petróleo
A Opep elevou suas previsões para a demanda mundial de petróleo para o médio e longo prazos no relatório de perspectiva anual, citando o crescimento liderado pela Índia, África e Oriente Médio e um aumento mais lento da mudança para veículos elétricos e combustíveis mais limpos.
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A organização vê a demanda crescendo por um período mais longo do que outras avaliações feitas pela BP e a Agência Internacional de Energia, que veem o uso de petróleo atingindo o pico nesta década.
Um período mais longo de aumento do consumo seria um impulso para a Opep, cujos 12 membros dependem da renda do petróleo. Para apoiar sua visão, a organização afirmou que espera mais resistência a metas “ambiciosas” de energia limpa e citou planos de várias montadoras globais para reduzir as metas de eletrificação.
“Não há pico de demanda por petróleo no horizonte”, escreveu o secretário-geral da Opep, Haitham Al Ghais, no prefácio do relatório que foi lançado no Brasil, um não membro da organização com o qual o grupo está buscando formar laços mais próximos.
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“Ao longo do último ano, houve reconhecimento maior de que o mundo só pode introduzir novas fontes de energia em escala quando elas estiverem genuinamente prontas.”
A Opep espera que a demanda mundial por petróleo atinja 118,9 milhões de barris por dia (bpd) até 2045, cerca de 2,9 milhões de bpd a mais do que o esperado no relatório do ano passado.
O relatório lançou sua previsão para 2050 e espera que a demanda atinja 120,1 milhões de bpd até lá. Isso está muito acima de outras previsões da indústria para 2050. A BP projeta que o uso de petróleo atingirá o pico em 2025 e cairá para 75 milhões de bpd em 2050.
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A Exxon Mobil espera que a demanda por petróleo permaneça acima de 100 milhões de bpd até 2050, semelhante ao nível atual.
Petróleo perderá força?
Segundo a Opep, a participação do petróleo na demanda mundial das principais fontes de energia baixará de 30,9% em 2023 para 29,3% em 2050, enquanto ocorrerá uma elevação da procura por gás natural, de 23,0% para 24,0% no período.
“Petróleo e gás continuarão cruciais para a oferta de energia no período até 2050.” A participação combinada destes dois combustíveis no mix total de energia deve continuar superior a 53% durante todo este intervalo de tempo.
A oferta total de combustíveis líquidos pelos países não alinhados à Opep deve subir de 51,7 milhões de barris por dia em 2023 para 58,8 milhões de barris por dia em 2029. Deste grupo, a maior expansão virá dos EUA, com uma alta de 20,9 milhões de barris por dia para 23,2 milhões de barris por dia, um aumento de 2,3 milhões de barris por dia no período.
Neste mesmo intervalo de tempo, o Brasil registrará o segundo maior salto, de 1 milhão de barris por dia, seguido pelo Canadá, com 600 mil barris por dia, Argentina, com 300 mil barris por dia, e Noruega, com 200 mil barris por dia.
De acordo com o relatório, o setor de petróleo precisará de investimentos totais de US$ 17,4 trilhões de 2024 até 2050 para atender a expansão da demanda mundial neste período.
A maior parte será requerida na área de upstream, com um total necessário de US$ 14,2 trilhões, sendo que downstream demandará US$ 1,9 trilhão e midstream US$ 1,3 trilhão.
(Com Reuters)