Tabata diz que Nunes recusou R$ 7,5 milhões em emenda sua por “politicagem”

Candidata diz que prefeito deu "várias desculpas" para não aceitar os recursos por não querer ser associado ao governo Lula

Marcos Mortari

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A deputada federal Tabata Amaral (PSB), candidata à prefeitura de São Paulo (SP), afirmou, nesta sexta-feira (20), que o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição, recusou R$ 7,5 milhões em emendas parlamentares de sua autoria que seriam usados na construção de um Centro de Atenção Psicossocial (Caps) na zona leste.

As declarações foram dadas durante debate entre os 6 candidatos mais bem posicionados nas pesquisas para a prefeitura de São Paulo (SP), realizado por SBT, Terra e Nova Brasil FM.

“Ricardo Nunes recusou R$ 7,5 milhões que eu mandei como deputada federal para construir 3 Caps na zona leste. Deram várias desculpas, mas eu fui lá no terreno baldio mostrar que era para ali ter o Caps. Por quê? Porque [ele] não queria ser associado ao governo Lula, igual agora ele é contra a obrigatoriedade da vacina”, afirmou.

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Durante interação com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que também disputa a prefeitura da capital paulista, Tabata disse que o avanço de políticas voltadas ao cuidado da população em casos relacionados à saúde mental enfrenta obstáculos no preconceito e em “politicagem” e classificou a postura de Nunes como “falta de humanidade”. O prefeito não se manifestou sobre o assunto durante o debate.

“Eu perdi meu pai para as drogas 12 anos atrás. A gente descobriu, um ano antes do meu pai morrer, que ele tinha bipolaridade. Eu tenho certeza que, se meu pai tivesse sido diagnosticado e tratado, ele estaria aqui hoje. E muita gente me pergunta: ‘Tabata, por que não mudou nada nesses 10/20 anos?’. E eu sempre respondo: porque as pessoas são preconceituosas e porque a politicagem atrapalha”, disse a candidata.

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Já Boulos criticou Nunes e a candidata Marina Helena (Novo) pelos ataques a ele em questões relacionadas à política de drogas. Segundo o parlamentar, ambos tentam associar quem defende tratamento para usuário com quem defende traficante.

“Traficante é caso de polícia. Usuário de droga tem que ser resgatado. Você que é mãe, mulher da periferia, sabe muito bem, conhece alguém que foi para a droga. Você acha que essa pessoa tem que ser presa? Não. Ela tem que ser tratada”, argumentou.

Além de Tabata, Boulos e Nunes, participaram do debate o apresentador de televisão José Luiz Datena (PSDB), o influenciador Pablo Marçal (PRTB) e a economista Marina Helena Santos (Novo).

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.