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A saída abrupta do CEO do grupo Campari nesta semana ocorreu após uma perda de confiança do conselho, em meio a uma série de erros de gestão e comunicação.
Dúvidas sobre Matteo Fantacchiotti, que estava no cargo há apenas cinco meses, começaram a surgir neste verão europeu, segundo fontes familiarizadas com o assunto, com questionamentos sobre seu estilo de gestão em meio a uma desaceleração do setor e pressão do mercado sobre as orientações.
A confiança do conselho em Fantacchiotti foi ainda mais abalada quando as ações despencaram na sexta-feira (13), após comentários pessimistas sobre o mercado dos EUA em uma conferência, disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas ao discutir deliberações confidenciais.
Mais tarde, a fabricante de bebidas emitiu um comunicado esclarecendo que as observações do CEO se referiam a tendências mais amplas do setor, e não à perspectiva da própria empresa.
A saída de Fantacchiotti, de 52 anos, da Campari ocorreu por decisão mútua, disseram as fontes. O relato delas difere da explicação da própria empresa ao anunciar sua saída na quarta-feira (18), citando razões pessoais.
Um representante da Campari recusou-se a comentar. Fantacchiotti não respondeu aos pedidos de comentário.
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Veterano da Indústria
Fantacchiotti é um veterano da indústria de bebidas que anteriormente ocupou cargos em empresas como Nestlé Waters, Diageo e Carlsberg antes de ingressar na Campari em 2020 como diretor-geral do grupo para a região Ásia-Pacífico.
Seu curto período como CEO contrasta fortemente com a longa gestão de seu antecessor, Bob Kunze-Concewitz, que expandiu a fabricante do Aperol por meio de uma série de aquisições e orquestrou um renascimento na demanda por coquetéis italianos como o Negroni e o Aperol Spritz.
Kunze-Concewitz vai comandar um comitê de transição de liderança, disse a Campari na quarta-feira. O ex-CEO não está interessado em retornar ao comando da empresa, afirmou uma das fontes.
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As ações da Campari subiram até 8,6% em Milão nesta quinta-feira (19), revertendo as perdas do dia anterior, após o maior acionista da fabricante de bebidas, a Lagfin, anunciar que comprará até € 100 milhões (R$ 605 milhões) em ações da empresa.
Lagfin é a holding com sede em Luxemburgo da família Garavoglia, que controla a Campari.
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