O sinal que a WEG deu ao mercado com investimento de R$ 670 mi no Brasil e México

Anúncio é visto como passo importante para WEG implementar seu modelo de produção vertical na América do Norte, aumentando sua competitividade na região

Felipe Moreira

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A WEG (WEGE3) anunciou hoje que investirá R$ 670 milhões nos próximos cinco anos em expansão de capacidade e verticalização de negócios com transformadores e motores elétricos no Brasil e no México.

Do montante, cerca de R$ 336 milhões serão destinados ao México para construir uma fábrica de fios em Atotonilco de Tula, juntamente com a aquisição de equipamentos, e R$ 334 milhões irão para as plantas de manufatura em Itajaí e Guaramirim, ambas em Santa Catarina.

Para o Bradesco BBI, este é um passo importante para a fabricante de motores elétricos implementar seu modelo de produção vertical na América do Norte, aumentando sua competitividade na região. A integração da Regal Rexnord também pode contribuir com a escala mínima para anunciar este investimento. Enquanto isso, esses investimentos no México e no Brasil devem fortalecer sua presença no mercado de transformadores. O BBI mantém recomendação neutra para a WEG, com um preço-alvo para 2025 de R$ 50,00.

O JPMorgan, por sua vez, tem recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para os ativos WEGE3.

“Vemos o anúncio de hoje como marginalmente positivo para a WEG, dado seu foco na integração – aumentando sua lucratividade na região – e transformadores, que é um segmento de alto crescimento. Temos projeções de que o capex do setor de T&D [Transmissão e Distribuição] nos EUA representa uma oportunidade de receita de cerca de R$ 34 bilhões nos próximos 10 anos para a WEG e que sua participação de mercado em motores elétricos de baixa e alta tensão globalmente ainda está em cerca de 10% e 5%, respectivamente”, aponta.

O BTG Pactual avalia como positiva a expansão da capacidade produtiva da WEG, uma vez que o investimento no México fortalece a reputação da marca e o posicionamento de mercado da empresa na região, além de reforçar seu foco estratégico no desenvolvimento de negócios por meio da integração vertical de processos industriais. “Esses esforços visam otimizar recursos, reduzir custos e reduzir os prazos de entrega de seus produtos”, acrescenta.

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Com esses investimentos, segundo BTG, a WEG dá um passo fundamental para a integração vertical da fabricação de motores elétricos no México, sinalizando confiança nas perspectivas de crescimento desse mercado, bem como no setor de transformadores no Brasil e globalmente.

Por fim, o banco comenta que ficou ainda mais otimista com o crescimento sustentável da receita líquida da WEG. No entanto, apesar desse anúncio, o banco mantém recomendação neutra em termos de valuation, já que a empresa negocia a 32 vezes Preço/Lucro para 2025, um prêmio elevado em relação a outras empresas.