Mediador de debate em SP promete firmeza e pede para candidatos saírem da “5ª série”

Cesar Filho será responsável pela mediação do debate marcado para sexta-feira (20), às 11h15, no SBT, em parceria com Terra e Nova Brasil FM. Apresentador prometeu colocar "ordem na casa" e punir indisciplina

Fábio Matos

Cesar Filho será o mediador do debate promovido pelo SBT entre os candidatos à prefeitura de São Paulo (SP) (Foto: Divulgação/SBT)
Cesar Filho será o mediador do debate promovido pelo SBT entre os candidatos à prefeitura de São Paulo (SP) (Foto: Divulgação/SBT)

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O apresentador Cesar Filho, que será o mediador do próximo debate entre os principais candidatos à prefeitura de São Paulo (SP), pediu compostura aos participantes e prometeu adotar linha dura para impedir trocas de ofensas e agressões entre os concorrentes – como tem sido a tônica da campanha municipal até aqui.

O próximo debate – o sétimo da eleição paulistana neste ano – está programado para sexta-feira (20), a partir das 11h15, e será promovido pelo SBT, pelo portal Terra e pela Rádio Nova Brasil FM.

Foram convidados a participar do debate os candidatos Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), José Luiz Datena (PSDB), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo). Todos confirmaram presença, segundo a emissora.

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“Não adianta só falar, tem que haver punição. A gente tem uma previsão de que eles sejam punidos com o tempo a cada vez que não cumprirem o que está determinado. Vão perder tempo”, alertou Cesar Filho, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

“Acho que tem que pôr ordem na casa, entendeu? Eles não podem se comportar como 5ª série. Eles são candidatos à prefeitura de São Paulo, caramba”, afirmou o apresentador do SBT.

Cesar Filho disse, ainda, que será firme com os candidatos, exigindo que as regras do debate acordadas entre as campanhas sejam respeitadas.

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“Vou contar com a ajuda do jurídico e da segurança do SBT. Se não tiver outra maneira, vou só pedir: ‘Cortem o microfone’ e retirem o candidato do recinto’”, prometeu.

Ainda segundo o mediador do debate, ainda não está definido se haverá cadeiras no estúdio e se elas serão pregadas ao chão – como ocorreu no último debate, na terça-feira (17), depois que Datena agrediu Marçal com uma cadeira no encontro promovido pela TV Cultura, no domingo (15).

“Nós lutamos tanto pela democracia, pelo direito ao voto, para eles usarem dessa forma?”, criticou Cesar Filho.

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“Na abertura do debate, vou pedir para que eles foquem em propostas e não fiquem se acusando mutuamente. Para que usem o precioso tempo da televisão e mostrem quais são as suas propostas para o maior colégio eleitoral do Brasil”, completou o apresentador.

Debate na RedeTV! teve muitas ofensas e poucas propostas

A menos de 20 dias do primeiro turno das eleições municipais, marcado para 6 de outubro, os seis principais candidatos à prefeitura da maior cidade do Brasil voltaram a frustrar os eleitores que porventura esperavam uma troca de ideias sobre os maiores problemas de São Paulo (SP).

Na manhã de terça-feira (17), o encontro promovido pela RedeTV!, em parceria com o UOL, manteve a tônica dos programas anteriores desta campanha e foi marcado por um festival de agressões verbais, ofensas, xingamentos, provocações e denúncias sem provas.

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Assim como já havia ocorrido nos cinco debates anteriores, muito pouco pôde ser extraído em termos de propostas dos candidatos para melhorar a vida dos moradores da cidade mais populosa do país.

Dois dias depois de ter sido agredido por José Luiz Datena com uma cadeira, durante o debate de domingo (15), na TV Cultura, Pablo Marçal iniciou o encontro com seus adversários dobrando a aposta e adotando uma postura agressiva.

“No último debate, eu estava terminando a minha fala dizendo que o Datena não é homem. Aqui eu ratifico. Ele não é, ele é um agressor. As cadeiras foram parafusadas no chão porque ele teve um comportamento análogo a um orangotango, em uma tentativa de homicídio contra mim”, afirmou o candidato do PRTB, no momento em que deveria dirigir uma pergunta a Ricardo Nunes.

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Na resposta, o prefeito de São Paulo pediu ao adversário que elevasse o nível das discussões.

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“Você chegou só agredindo, a todos. Ao pai da Tabata, ao Boulos, ao Datena, a mim… só a Marina [Helena] você poupou um pouco. Isso é ruim para você”, alertou Nunes.

“Nos incomoda essas agressões o tempo inteiro. Nós precisamos elevar o nível. Não vai ser você que virá me provocar. Eu não vou cair no golpe”, completou o emedebista.

“Você fica abusando do seu programa na TV e rádio para me ligar ao crime. Logo você, que é ‘tchutchuca’ do PCC”, disparou Marçal. “Você usa dinheiro público, você destrói tudo aqui, e eu tenho que me comportar.”

Disputando os votos do eleitorado bolsonarista na cidade de São Paulo, Pablo Marçal e Ricardo Nunes (MDB) protagonizaram a discussão mais acalorada do debate desta terça.

A mediadora do debate, Amanda Klein, teve dificuldade para conter os ânimos em um bate-boca entre Nunes e Marçal. Depois de chamar Nunes de “tchutchuca do PCC”, Marçal disse que o prefeito da capital paulista será preso por supostos crimes.

“Nós vamos prender o Ricardo Nunes por uma denúncia de desvio de dinheiro de merenda. No último debate, o Boulos chamou ele de ladrão de creche. Não sou eu que estou te acusando disso, quem está acusando é a Polícia Federal”, afirmou o candidato, sem apresentar provas.

O candidato do PRTB complementou, dirigindo-se a Nunes: “Vai para a cadeia. Você usou a conta da sua esposa, da sua filha”.

A partir daí, teve uma dura discussão e troca de xingamentos e ofensas entre Nunes e Marçal, e o programa quase teve de ser interrompido.

“Ele [Marçal] saiu da cadeia, mas a cadeia não saiu de dentro dele”, disparou o prefeito de São Paulo.

“Queria pedir desculpas ao pessoal que está assistindo. Mas é muito difícil ver esse condenado atacando a gente”, explicou Nunes, um pouco mais calmo, antes de dirigir uma pergunta a Boulos.

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”