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SÃO PAULO (Reuters) – A maioria das taxas dos DIs de curto prazo fechou a terça-feira em leve baixa no Brasil, enquanto as longas avançaram, em um dia marcado pela alta dos rendimentos dos Treasuries, após a divulgação de dados fortes sobre a economia norte-americana, e pela expectativa antes das reuniões de política monetária do Banco Central e do Federal Reserve.
A taxa do contrato para outubro de 2024 — um dos mais líquidos atualmente, refletindo apostas de curtíssimo prazo para o Copom desta semana — encerrou em leve alta, mantendo a precificação de elevação da taxa básica Selic na quarta-feira.
No fim da tarde a taxa do DI para outubro de 2024 estava em 10,618%, ante 10,598% do ajuste anterior.
Já a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,95%, ante 10,953% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2026 estava em 11,785%, em queda de 4 pontos-base ante 11,829%.
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Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 12,01%, em alta de 5 pontos-base ante 11,964%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 11,98%, ante 11,931%.
O exterior trouxe um viés de alta para as taxas dos DIs nesta terça-feira, com os yields avançando após a divulgação de dados favoráveis da economia norte-americana.
As vendas no varejo aumentaram 0,1% em agosto, resultado melhor que a queda de 0,2% projetada por economistas, enquanto a produção manufatureira aumentou 0,9% no mês passado, acima do 0,3% projetado.
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“Os dados que saíram hoje corroboram esta abertura de curva, tanto aqui quanto lá fora. As vendas do varejo vieram acima do esperado e a produção industrial também, o que faz a curva norte-americana abrir”, comentou durante a tarde Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research.
“Também temos commodities como o petróleo subindo, e isso empurra a curva brasileira para cima”, acrescentou. A alta do petróleo tem potencial efeito inflacionário no Brasil, o que impacta a curva.
As taxas atingiram os picos do dia no início da tarde, com o DI para janeiro de 2033 marcando a máxima de 12,05% às 13h03, em alta de 12 pontos-base ante o ajuste da véspera. No restante da tarde houve certa desaceleração, mas ainda assim os contratos com prazos mais longos permaneceram no território positivo.
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Entre os contratos curtos as taxas se reaproximaram dos ajustes da véspera e passaram a ceder em alguns casos, em meio à cautela antes das decisões do BC e do Fed sobre juros, ambas na quarta-feira.
Enquanto a curva norte-americana precificava durante a tarde 64% de possibilidade de corte de 50 pontos-base dos juros pelo Federal Reserve, a curva brasileira seguia indicando alta da taxa básica Selic. Essa combinação entre juros mais elevados no Brasil e mais baixos nos EUA determinou a queda do dólar ante o real durante a tarde, pela quinta sessão consecutiva, o que também é visto como um alívio para trechos da curva brasileira.
Perto do fechamento a curva brasileira precificava 91% de probabilidade de alta de 25 pontos-base da Selic e 9% de chance de aumento de 50 pontos-base. Na véspera os percentuais eram os mesmos. Atualmente a Selic está em 10,50% ao ano.
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Pela manhã a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) desacelerou de forma acentuada em setembro e registrou alta de 0,18%, após avançar 0,72% no mês anterior. A expectativa de analistas em pesquisa da Reuters era de que o indicador acelerasse para uma alta de 0,78% na base mensal.
No exterior, os yields seguiam em alta no fim da tarde. Às 16h42, o rendimento do Treasury de dois anos — que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo — tinha alta de 4 pontos-base, a 3,592%. Já o retorno do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — subia 2 pontos-base, a 3,64%.