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O Morgan Stanley revisou seu modelo sobre oferta e demanda do açúcar e elevou as estimativas de produção global, mesmo com a recente visão de mais aperto no Brasil com as queimadas em plantações.
Para a brasileira São Martinho (SMTO3), isso significou corte de recomendação de equal-weight (peso equivalente, similar à neutra) para underweight (peso inferior, similar à venda). O preço-alvo também foi revisado para baixo, de R$ 35,00 para R$ 26,00.
A previsão é de superávit de 2,9 milhões de toneladas para o ano-safra de 2023/24 pelo aumento da produção global da commodity. Grande parte do motivo da alta é a safra ainda recorde 2023/24 no Brasil e que deve se manter no próximo ano.
O banco estrangeiro comenta que a colheita de 2024/25 é vista em ritmo acelerado por aqui e, na Índia, há também produção melhor que o esperado. Com isso, a estimativa é de produção de 186,2 milhões contra demanda de 183 milhões de toneladas.
Se o clima seco irregular no Brasil pode colocar em dúvida a produção brasileira na próxima safra, o clima favorável no Hemisfério Norte e a recuperação da produção na Índia devem compensar uma eventual queda.
A produção mais elevada deve manter o preço da commodity sob pressão, com estimativas de US$19 clb (libra-peso) para 2023/24 e US$ 18 clb para 2024/25, na visão do Morgan. A projeção anterior era de US$ 23,5 clb e US$ 22 clb e foi alterada também pelos níveis médios de estoque presentes.
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“As condições de oferta mais restritas no Brasil e o aumento da produção de etanol na Índia — resultado de fatores relacionados ao clima e à política pública — parecem já estar precificadas. O que acreditamos que ainda não foi precificado é o aumento da oferta de açúcar, com a recuperação da produção na Tailândia e na Índia, apesar de mais produção ser direcionada ao etanol”, afirma o banco.